quarta-feira, 31 de julho de 2013

O castigo do anjo.

 
   
    O anjo me encontrou e disse "vai segue teu caminho, não olhe para trás, não olhe para mim, que a solidão seja tua companhia, não serás reconhecido nem visto por mais ninguém. A solidão te perseguirá, tentará se misturar no meio das pessoas e não será percebido. Tentará gritar e não será ouvido." Talvez uma prece muda espante para longe minha perseguidora e que haja em algum lugar redenção para o castigo do anjo. E que eu vá então por um caminho sem volta. E que no final reste para mim, apenas o silêncio.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Amor de adolescente.

    O tempo passou e eu não te esqueci, isso não importa. Fiz muita coisa sozinho, não tinha que ser assim! Poderíamos ter compartilhado tudo e o mundo seria nosso. Poderíamos ter visto juntos o nascer e o por do sol milhares de vezes, mas não vimos.
    Nossos caminhos se separaram naquele momento entre a adolescência e a faze adulta, por motivos bobos, infantis, que nem me lembro mais quais eram, jogamos fora nosso amor adolescente. Que pena! Não importa quem estava certo ou errado. O tempo passou e eu não te esqueci, isso não importa mais!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sobre a minha infância.

 Hoje tá tão frio, tão frio que não estou conseguindo pensar no presente, nem no futuro. Então pensei no passado, na minha maravilhosa infância de garoto pobre. Maravilhosa sim! 
    Quando eu tinha uns sete anos nos mudamos para vila Anhembi, chegávamos de um bairro mais pobre ainda. A lembrança que tenho desse bairro era que nós, crianças, caçávamos libélulas e borboletas com uma espécie de rede amarrada num arame em formato de argola, que púnhamos num cabo! 
    Mas, lá na vila Anhembi tudo era novidade, claro que não tínhamos água encanada, mas o caminhão pipa passava uma vez por semana e haja bacia, tambor, balde, qualquer recipiente para guardar água. Eletricidade pelo menos já existia, tinha um campo de futebol atrás da minha casa e atrás do campo uma granja (hoje em dia Ability e atrás uma escola). Quando não tinha jogo o pessoal do bairro jogava malha e nós, crianças, soltávamos pipa. Mato e terra pra todo lado. Nós éramos os desbravadores do bairro, uns dos primeiros moradores. 
    Lembro do pessoal, acho que do Paraná, Dona Carolina e Seu Batista, gente muito boa dos gaúchos com aquele monte de crianças, todos loiros. No bar do Zé Migué e Dona Minervina tinha uma televisão e todo mundo assistia da porta do bar, famílias inteiras. Coisa do outro mundo. 
    Também teve o bar do Castrioto, uma vez fui comprar doce e era época de natal, o Castrioto não cobrou o doce e ainda me deu um saquinho de bala com ‘feliz natal’ escrito, lembro disso até hoje. 
    Os brinquedos eram feitos por nós mesmos, só que tínhamos que procurar matéria prima no lixo dos vizinhos de situação financeira melhor que a nossa. Na maioria das vezes eram latas tipo de leite em pó, sardinha etc... Um luxo para aquele tempo. Fazíamos, robôs, carrinhos, andadores, o que a imaginação permitisse. E brincávamos o tempo todo na rua de terra em frente as nossas casas. Sim, foi uma infância maravilhosa e foram anos incríveis.