quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cores.


Cogumelo japonês.
Cano furado, carro amassado.
Bronze lenda.
Serviço atrasado, trabalho dobrado.
Algodão egípcio.
Será mantra?
Bianco sereno.
Paz e meditação.
Duvido!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Mãe.

Ai, de repente você se pega fazendo uma auto critica, assim do nada.
Bem, não tão assim do nada, já que no seu sub-consciente você já se cobrava a algum tempo pelo modo de se comportar em relação a sua mãe.
É isso mesmo!
Você pode até achar que está tudo certo, que você é um bom filho etc... e tal.
Mas será mesmo?
Você está tendo paciência suficiente para quem teve e tem toda paciência do mundo com você?
Você não estará sendo egoísta por motivos bobos, coisas pequenas em relação a quem  te deu tudo?
Você está se achando preterido, por algum irmão?
Lembre-se sua mãe sabe qual o elo mais fraco da corrente, neste caso não é você.
Você esta retribuindo amor e carinho para essa pessoa, agora frágil e debilitada?
Então me peguei pensando isso, e vi que talvez eu não seja tão bom filho assim!
Felizmente minha mãezinha está viva, e eu ainda posso me redimir.
Mas para muitos está possibilidade não existe.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Bodas de Erva.


Minha querida companheira,
realmente não sei o que seria de mim sem você.
Fazer parte da sua vida sempre foi uma grande felicidade para mim.
Até parece que foi na semana passada que nos conhecemos, mas lá se vão vinte e nove anos, só de casamento.
Sei que sou difícil, por isso mesmo te agradeço, pelo seu amor e sua paciência.
Nem precisava dizer, mas vou dizer assim mesmo, que você é, e sempre será, meu grande amor.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Quadragésimo.

Querer com
Urgência um
Amor com
Retórica para
Elevar sem palavras de
Negação tudo aquilo que
Traduz sempre o verdadeiro
Amor.

sábado, 30 de novembro de 2013

O pensador.


Meio que quero.
Meio que não quero.
Acho que vou.
Acho que não vou.
Hesito pois existo.
Fervilho em contradições.
Então, penso, penso, penso.....

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pequenos sírios.


O terror vem do céu.
O chão se abre e nos engole.
Estilhaços, nos ferem, cegam, matam.
Onde estão nossos pais?
O futuro não existe.
Exílio, único caminho, fome e sofrimento.
O conhecimento negado, uma juventude perdida.
Sinto muito por vocês pequenos sírios.

sábado, 23 de novembro de 2013

Palinuro.


Se você vai se amarrar ao leme do seu navio, que está dentro de uma grande tempestade, esteja certo de ter por perto uma faca bem afiada, vai que você mude de ideia.

Perda.


Diana, por ciúmes de Agenora, vendo que suas qualidades de caçadora quase se comparavam as dela, lançou a seta que tirou a vida de meu amor.
Então os céus se fecharam em forma de nuvens e caiu pesada chuva, de forma que os Deuses, vendo meu sofrimento, fizeram o seu pranto misturar-se ao meu.
Pois viram que minha dor não era merecida, que havia perdido meu amor, razão de minha vida.
E que Hades não permitiria sua volta.
Poseidon se compadecendo de mim fez subir águas que me envolveram e me levaram às profundezas do seu reino, onde fui bem recebido e confortado, e onde aguardo, até que se dê o tempo de reencontrar meu grande amor.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Taio no pé, pipa no ar.



"Dé, vamos jogar bola" - gritava a molecada. Eu tomava impulso, corria, batia o pé no meio do muro, as mãos em cima, e já estava do outro lado. O campo ficava atrás da minha casa.
Fazia sempre isso tanto para jogar bola, soltar pipa ou tirar meu irmão de alguma confusão. Ele tinha o dom de arranjar briga com garotos maiores que ele e eu, era um sufoco.
Numa dessas puladas de muro já cai com o pé em cima de um caco de vidro, a molecada quase que só andava descalça, foi um taio feio no pé. No mesmo instante já pulei o muro de volta e fui atrás de minha mãe, que pegou a bacia, aquela do banho, pôs água, sal e vinagre. E o pé ficava de molho, era lavado nesse santo remédio.
Até hoje não sei o que doía mais : o remédio ou o corte.
Fiquei mancando por mais de uma semana e ainda levei bronca.
Quando fazíamos uma pipa, tínhamos que ir no bar pedir papel de pão, que era mais fino tipo uma seda. Fazíamos a cola com farinha, a linha era outro problema, pois precisava de dinheiro, que naquele tempo era que nem Deus: todo mundo sabia que existia, mas ninguém via.
Mas depois de todos os obstáculos superados era só felicidade, quase todo mundo ia  pro campinho soltar sua pipa, jogar malha, jogar bola ou simplesmente ficar vendo o movimento e ficar conversando.
Era um meio de socialização das pessoas do nosso pequeno bairro.
Falando assim até parece uma coisa sem importância, muito simples.
Mas para quem estava lá e viveu isso, foi muito legal e não tem como esquecer. Nem quero.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Banho de bacia.


O banho de bacia era um ritual muito comum na década de setenta.
Eu digo "ritual" pois exigia toda uma preparação.
O primeiro passo era pegar água no poço, mais conhecido como cisterna ou simplesmente um buraco profundo de onde se retirava água, com uma corda amarrada em um balde.
O Segundo era esquentar essa água, a quantidade dependia do número de pessoas que iriam tomar banho. No nosso caso cinco pessoas, minha querida irmã não era nascida. Muita água era esquentada em todo tipo de recipiente, alguns inusitados, melhor nem falar.
Outro item importante era o fogão. O nosso já era a gás, acho que era um continental com aquela mangueirinha meio roxa azulada, bem vagabunda mesmo, um verdadeiro milagre aquela merda não explodir.
Após tudo isso começava o verdadeiro desafio de minha mãe: colocar a filharada pra dentro de casa.
Filharada que passou o dia inteiro brincando na rua de terra em frente de casa.
Tinha dia que minha mãe nos reconhecia pela voz, porque só aparecia o branco do olho, o resto tudo encardido de terra. Punha-nos em fila na porta do banheiro e começava o banho, água quente e água fria para temperar. Pegava o primeiro e punha dentro da bacia, jogava uma água para ir amolecendo a sujeira, depois esfregava tudo com sabão e bucha, aí com uma canequinha enxaguava e enxugava a primeira vítima, jogava o lodo da bacia fora e repetia o processo.
A grande apoteose mesmo de um banho de bacia era quando estava muito quente e nós ficávamos brincando dentro dela. Era uma bagunça e, se tinha uma coisa que eu e meus irmãos sabíamos fazer,era bagunça e sempre estávamos levando umas chineladas.
O tempo passou, inventaram o chuveiro, ligaram água e luz lá em casa e o mundo ficou lindo.
Só que apesar das dificuldades, tem momentos que sinto um pouco de saudades daquela época , só um pouco. Principalmente quando está frio.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Devoto.


Minha nossa senhora das graças, valei-me.
Estou cansado de ficar pedindo coisas à nossa senhora do perpétuo socorro.
Nossa senhora da ajuda já desistiu de mim faz tempo.
Nossa senhora dos milagres disse que tá difícil.
Nossa senhora das dores me excluiu do seu face.
Só me restou nossa senhora dos remédios.
Que Deus me ajude.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Diamante.


O tempo vem para te chamar.
O tempo vai para te levar.
O tempo fica para te ensinar.
O tempo para para você pensar.
O tempo luta contra o tempo para te salvar.
Mesmo assim nem tudo pode ser esquecido, nem tudo pode ser perdoado.
Porém o tempo ainda nos diz muita coisa.

domingo, 17 de novembro de 2013

Seguindo a correnteza.


Iludir a vida, cristalizar a alma, mascarar o caráter.
Por que agimos assim?
Bilhões de seres levando uma existência mentirosa.
Às vezes por coisas tão pequenas, ínfimas.
Por que não sermos nós mesmos? Fugir do padrão de ser o espertalhão, a lei  das vantagens, lembrando que muitos seguem esse conceito simplesmente para sobreviver, para não serem pulverizados.
Tornando tudo uma  rotina.
Me sinto cansado assistindo telejornais, fico deprimido vendo sempre as mesmas noticias sobre a decadência humana.
Até quando seremos como o rio que segue seu curso imutável até o mar?
Seremos parasitas do planeta para sempre?
Seremos indecisos, pasmos? Até quando fingiremos, até quando seguiremos a correnteza? Até quando?
Não posso continuar fingindo.
Me escondendo atrás de um sorriso falso, quando minhas lágrimas são verdadeiras, puras.
Não posso continuar dizendo coisas belas, mas sem sentido, quando a verdade é racional, direta mas machuca.
Que pensar de mim mesmo?
Que pensar das coisas, das pessoas?
Qual é o seu , o meu lugar no mundo, o que devemos e o que podemos fazer?
Certos conceitos já não fazem mais sentido.
Criar novas possibilidades, já deixei muita coisa para trás.
Talvez o que procuro esteja dentro de mim mesmo!



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Genesis


Um sonho dentro de outro sonho, isto é a vida.
Uma grande ilusão, uma quimera da existência.
Um carro é uma ilusão.
O dinheiro é uma ilusão.
O oceano é uma ilusão.
Você não leva nada quando parte, nem quando chega.
Na verdade, não sabemos se ao morrer não estaremos nascendo em outro lugar.
A única coisa que realmente levamos quando morremos é o amor pela esposa, filhos, pai, mãe, amigos...isto não é ilusão, é solido, ninguém pode tomar, pois está dentro de você.
A ilusão é trapaceira, tenta nos confundir todos os dias.
Às vezes fraquejamos um pouco, porém uma força maior nos preserva e guarda.
Pois sabemos que a verdade não está no que vemos nem tocamos, mas sim no que sentimos.
O amor é a verdade, a única energia que toca a carne e a alma, capaz de coisas prodigiosas.
Transforma e molda pessoas, dá-nos alento e esperança neste nosso grande mundo de ilusões.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Pavio curto.


Acho que Deus criou o paraíso para conter o homem e, mesmo assim, esse conseguiu ser expulso.
Como o ser humano tem variáveis, vai da crueldade e mesquinhes à bondade e doação total; esses últimos cada vez mais escassos.
Apesar da necessidade do homem de viver em sociedade, torna-se cada vez mais difícil conviver com nossos semelhantes.
No mundo em que o mais esperto, às vezes trapaceiro, sempre leva a melhor; impedem pessoas de boa índole, sempre temerosas de seus vizinhos, de viverem uma vida plena : Deus não podia ter perdido a paciência.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dafne.


Se me sufocar de saudade te faz feliz,
sinta-se feliz.
Se me privar de te ver, de te ouvir te faz luzir,
sinta-se uma estrela.
Se me tornar uma pessoa infeliz, amarga, te faz grande,
sinta-se um deus.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Psiquê.


Ao cair da noite, liberto meu hospedeiro.
Não tenho forças para me manter por mais tempo.
Sou volátil, sou fluída.
Caminho livre por entre mundos.
Sou senhora absoluta de todas as mentes.
Meu poder comanda a psique humana.
Sou sombra furtiva, espirito ambicioso que teima em voltar.
Não me contento só com um mundo, quero os dois.
Por hora tenho que voltar ao mundo dos espectros.
Até acumular energia suficiente para nova investida.
Mas não tenho pressa, pois a eternidade caminha a meu lado.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Mico.


Pelas indiscrições da vida, acho que cedo ou tarde todo mundo passa por uma situação constrangedora, o famoso mico.
Há pessoas, ao que parece, que não vivem sem ele.
O mico em si não tem nada de mais, se a pessoa for meia lesa ou simplesmente não ligar, logo passa.
Mas se for uma pessoa sistemática...ai doí.
Cada vez que o cidadão lembrar é um chute no saco.
Revive o vexame vinte e quatro horas por dia, demora semanas para esquecer.
Isso se não tiver um espirito de porco pra ficar lembrando.
Mas isso faz parte da natureza humana.
Acho que no departamento pessoal do céu ou inferno deve constar no currículo: mico é obrigatório.
Dar um fora de vez em quando é normal, nos torna mais humildes.
Pior é quando o sujeito foi coronel, na vida passada volta pobre, fodido, achando que ainda é senhor de engenho. Aí eu truco.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Comum.


Seria eu o retrato da fúria?
Tão imperfeito?
Como explicar?
Não insensível, não.
Aéreo, sim.
Um pouco devagar, talvez.
Apaixonado, muito, sim por favor muito.
Estranho, às vezes, muito estranho.
É, no geral sou igual a todo mundo. Comum.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Meus amores.

Meus amores, foram tão intensos, que nessa vida tive que me dedicar somente a um.
Me sujeitar as leis do universo.
Por que ter apenas um amor?
Eu que tive vários.
Sentimento profundo que marca sua vida para sempre.
Não importa o tempo que passe.
Você nunca esquecerá.
Amores queridos que habitam em clausura meu intimo.
Não podemos, compartilhar vida em comum nessa passagem.
Mas eu, egoísta que sou, guardo na lembrança todos vocês.
Formamos nossos pares, aos quais estávamos pré-destinados.
Mas penso que seria feliz com qualquer um de vocês.
Imagina: histórias diferentes, carmas, enfim, outra viagem.
Mas meu navio está bem ancorado e seguro.
Quem sabe da próxima.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mr.Castell.


Ele está a beira do abismo.
Desliza bem devagarinho por entre meus dedos.
Não quero deixa-lo cair, mas inconscientemente acho que quero.
Não consigo dominar o sono, ops, quase soltei, seguro firme, agora sim.
Mas ele ainda está a beira do abismo, e começo a cochilar de novo.
Está deslizando, acho que vai cair, não consigo segurar.
Caiu.
Quebrou a ponta, vou ter que fazer outra.
Acho que vou tomar café.

Espelho.


Pareço ser de vidro? Pois de vitro não sou.
Nem transparente. Tenho carne, tenho dor.
Hormônios, que instigam, me atiçam para o teu calor.
Mas perto de ti, não me quer. Cega você é.
Me tornei invisível? Ridículo!
Cativo de amor cruel!
Que me mantem distante. Maldita distância.
Quero ser espelho.
Refletir tua arrogância .
Te tornar mais branda.
Diminuir a distância.
Maldita distância.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Olho de peixe.

 
 
   Eu observo as pessoas, tento captar detalhes mínimos que passam despercebidos dos outros. Como  a pessoa se movimenta, se tem toques, se parece tímido, extrovertido, lascivo, etc.....Aí em minha mente eu monto de modo fictício, claro, uma personalidade para cada individuo. Tipo caráter, se é uma pessoa legal, má, se é hétero, se é gay etc.. E imagino essa pessoa com as características atribuídas por mim.
   É muito difícil ter algum tipo de contato com a pessoa em questão, prefiro que isso não aconteça porque às vezes imagino coisas bem extravagantes, mas quando ocorre, invariavelmente, eu acerto.  Estou observando você agora! E sei o que você está pensando! Mas não vou contar para ninguém, afinal é só imaginação, ou não?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A perereca da Terezinha.


Terezinha : moça simples do interior, muito bonita. Reza a lenda, que já tem mais de cem anos, que Terezinha, tinha uma perereca de estimação que fazia milagres, e resolveu ganhar um dinheirinho. Era só passar a mão na testa da perereca que o milagre acontecia. Só que era muito difícil ver a dita cuja da perereca, muitos tentaram, porém poucos conseguiram. Tal façanha, só os mais ricos. Pra ver era cem contos e pra passar a mão quinhentos contos. Todo mundo que pagava saia satisfeito e curado. Só que o milagre só funcionava para homens, mulheres não podiam ver a perereca da Terezinha para não quebrar o encanto. Mas, como tudo que é bom dura pouco, um dia apareceu um forasteiro com uma cobra, também milagreira, e por dez mil contos passou a cobra na perereca da Terezinha. Desde esse dia, não aconteceu mais milagres e a perereca virou sapa. E a Terezinha fugiu com a cobra, digo, forasteiro.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Boi.


Sou o que sou, nada decido.
Sou lerdo, cansado, marido fodído.

Sou o que sou, nada admito.
Sou comedor, coroinha, marido iludido.

Sou o que sou, peão sacudido.
Monto touro, cavalo, boi garantido.

Sou o que sou, voto vencido.
Sou lindo, sou belo, marido traído.

Já tentei separar, Maria não dá!
Eu começo a rezar pro padre ajudar.
Maria confessa, diz que tem festa, não perde uma missa
O padre Ricardo é quem ressuscita.
Amém.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sobre a guerra.


 
  Eu era uma criança magricela de sete anos quando os alemães invadiram nossa vila. Sei que eram alemães pelo uniforme. Agora, da vila, não lembro o nome, nem do país. Talvez Polônia, França, Bélgica, não sei. Lembro que estava sempre fugindo. A fome e a sujeira eram absurdas, mortos e escombros por todos os lados, o fedor, abominável. Todos os parentes e conhecidos já deviam estar mortos ou presos, eu estava sozinho. Eles matavam e torturavam para se divertir. Eu morria de medo, o pavor constante.
  Lutei muito pela minha vida, mas eu era uma criança, e como era de se esperar, um dia tentando roubar comida fui capturado. Me bateram e quando se cansaram me deram uma bicicleta e me mandaram correr, quando estava a uma certa distância lançaram uma bomba de gás, ouvi tiros, fui perdendo os sentidos e antes de cair da bicicleta já estava morto.
Até hoje não sei se foi um sonho ou se vivi em vida passada os horrores da guerra. Só sei que, às vezes, durante a noite, tenho a sensação de pavor e de estar pedalando com todas as minhas forças aquela bicícletinha velha enquanto perco os sentidos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ô loco!



Luzes e cores múltiplas me ofuscam.
Tento captar sua essência, não consigo, me foge a percepção.
Tento toca-lá mas é intangível. Sons imaginários invadem minha mente, cenas absurdas, vozes... vozes, vozes.
Tá ficando bom, tô voando, agora surfando, ih caí, ainda caindo, muito loco. Puts já acabou?
Vou acender outro.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Meu erro.


 
  Deveria ter te falado tantas coisas de como te amava e precisava de você. Mas fui omisso, burro, tonto, não poderia ter deixado as coisas chegarem a esse ponto. Como pude deixar a felicidade escorrer pelos meus dedos? Como pude te perder?
  Que dor terrível meu coração, tão pesado, lento, nossa história terminou, mas a vida não. O que fazer agora? Olho o mar. No horizonte, a promessa de um novo dia. Quem sabe o que  poderá aparecer no horizonte amanhã. Minha esperança é enorme, mas a razão me mostra o quanto é inútil ter esperança. Fico aqui tímido, pequeno diante do meu erro e sonho. Será que algum dia poderá me perdoar?

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Isso é você.



  Isso é você. Qual o seu problema? Pelos seus olhos já percebo, tua voz me confirma. A dúvida que me fere de morte e me lança no abismo sem fim.
  Isso é você. Faz comigo a mesma coisa de sempre, brincando. Deve haver um modo de parar. Você precisa mudar. Eu preciso mudar. Você é vicio, é dor, alegria, prazer tudo ao mesmo tempo, entorpecendo a mente e escravizando o coração. Você é meu lado mau, fraco, o ser que me domina. Um corpo sem alma. Uma vida sem sentido. Um farol sem luz.
  Isso é você.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Será que morri?

 
 
  "São terras férteis, as montanhas são lindas. Poderás beber e pescar no riacho que corta o vale, lembra-te : só mata para comer" Disse o cara. E foi embora! Um senhor de barba, chapéu e paletó, do jeito que apareceu, sumiu! No mesmo instante que some um aparece outro, um garoto dizendo que estava com dor de dente e me chamando de 'pai'. Pirei.
 "Vai procurar um dentista, garoto, e não sou seu pai." - falei. "É sim e o que é  um dentista?"
   Pronto. Sumiu. E eu pirei de novo.
   Que lugar mais esquisito, não dá  para enxergar muito longe, é tudo cinza o chão é de pedra irregular polida. Meus óculos... cadê meus óculos?! Me sinto diferente, as pessoas não me dão atenção e os doidos que aparecem para falar comigo, logo somem. Pelo que percebi o tempo aqui é mais louco ainda, hora , dia, mês, não tem nada a ver. Você pode adiantar um ano ou retroceder cem, tanto faz. Em algum momento vi minha família mas não me reconheceram, fiquei muito triste, nem sabia que já era avô.
   E aqui estou eu nesse lugar maluco cheio de doido esperando não sei o que, pois quando dou uma escapadinha logo reapareço no mesmo lugar ou me trazem de volta. Sei lá. Me disseram que era para o meu bem, que eu tinha morrido de um ataque cardíaco. Como morri se estou andando, falando e vendo? É  claro que  faz tempo que não sinto fome nem vou ao banheiro, coisas que ainda não vi por aqui, comida e banheiro. Será que tive um ataque cardíaco e estou em coma? Ou morri de verdade? Se isso aqui é a morte é muito chato, muito chato mesmo, quero voltar logo pro mundo dos vivos, se é que isso é possível.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O castigo do anjo.

 
   
    O anjo me encontrou e disse "vai segue teu caminho, não olhe para trás, não olhe para mim, que a solidão seja tua companhia, não serás reconhecido nem visto por mais ninguém. A solidão te perseguirá, tentará se misturar no meio das pessoas e não será percebido. Tentará gritar e não será ouvido." Talvez uma prece muda espante para longe minha perseguidora e que haja em algum lugar redenção para o castigo do anjo. E que eu vá então por um caminho sem volta. E que no final reste para mim, apenas o silêncio.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Amor de adolescente.

    O tempo passou e eu não te esqueci, isso não importa. Fiz muita coisa sozinho, não tinha que ser assim! Poderíamos ter compartilhado tudo e o mundo seria nosso. Poderíamos ter visto juntos o nascer e o por do sol milhares de vezes, mas não vimos.
    Nossos caminhos se separaram naquele momento entre a adolescência e a faze adulta, por motivos bobos, infantis, que nem me lembro mais quais eram, jogamos fora nosso amor adolescente. Que pena! Não importa quem estava certo ou errado. O tempo passou e eu não te esqueci, isso não importa mais!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sobre a minha infância.

 Hoje tá tão frio, tão frio que não estou conseguindo pensar no presente, nem no futuro. Então pensei no passado, na minha maravilhosa infância de garoto pobre. Maravilhosa sim! 
    Quando eu tinha uns sete anos nos mudamos para vila Anhembi, chegávamos de um bairro mais pobre ainda. A lembrança que tenho desse bairro era que nós, crianças, caçávamos libélulas e borboletas com uma espécie de rede amarrada num arame em formato de argola, que púnhamos num cabo! 
    Mas, lá na vila Anhembi tudo era novidade, claro que não tínhamos água encanada, mas o caminhão pipa passava uma vez por semana e haja bacia, tambor, balde, qualquer recipiente para guardar água. Eletricidade pelo menos já existia, tinha um campo de futebol atrás da minha casa e atrás do campo uma granja (hoje em dia Ability e atrás uma escola). Quando não tinha jogo o pessoal do bairro jogava malha e nós, crianças, soltávamos pipa. Mato e terra pra todo lado. Nós éramos os desbravadores do bairro, uns dos primeiros moradores. 
    Lembro do pessoal, acho que do Paraná, Dona Carolina e Seu Batista, gente muito boa dos gaúchos com aquele monte de crianças, todos loiros. No bar do Zé Migué e Dona Minervina tinha uma televisão e todo mundo assistia da porta do bar, famílias inteiras. Coisa do outro mundo. 
    Também teve o bar do Castrioto, uma vez fui comprar doce e era época de natal, o Castrioto não cobrou o doce e ainda me deu um saquinho de bala com ‘feliz natal’ escrito, lembro disso até hoje. 
    Os brinquedos eram feitos por nós mesmos, só que tínhamos que procurar matéria prima no lixo dos vizinhos de situação financeira melhor que a nossa. Na maioria das vezes eram latas tipo de leite em pó, sardinha etc... Um luxo para aquele tempo. Fazíamos, robôs, carrinhos, andadores, o que a imaginação permitisse. E brincávamos o tempo todo na rua de terra em frente as nossas casas. Sim, foi uma infância maravilhosa e foram anos incríveis.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Despertando.

    Não poderia deixar de comentar sobre as manifestações públicas que estão acontecendo aí pelo pais. É claro que é inaceitável qualquer tipo de violência, depredação ou abuso policial na repressão aos manifestantes. Mas enfim o povo, que sempre foi esfolado vivo pelos governantes do nosso país, parece dar sinais de que está começando a acordar para vida.
    Até que enfim, porque aqui no Brasil, você paga por tudo, e paga muito caro, às vezes mais caro que em países ricos, e para ter o que ? transporte coletivo péssimo, sem contar com todos os impostos dos carros, verdadeiros absurdos, e a saúde então somos roubados, (para quem tem plano de saúde é roubado duas vezes) porque os mesmos querendo se igualar a incompetência do estado, parecem competir entre si para ver quem é pior, isso é triste.
    E a policia despreparada e mal remunerada, no meio desse caos, em que vivemos hoje. Mas pelo menos podemos tirar alguma coisa de tudo isso, o povo acordou, antes tarde do que nunca! Obs: aos jornalistas internacionais que virão cobrir os próximos eventos, preparem-se, pois na hora da confusão a policia não quer nem saber. É bala de borracha e porrada para todo lado, pois pau que dá em chico, também bate em Francisco, suave.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Esposa.


    Aqui, agora, penso em uma pessoa que me deixa sonhar sem sair da realidade. Companheira de toda a vida. Guerreira. Que me deu seu amor incondicional e filhos maravilhosos; que viu em mim algo que outras pessoas não viram e resolveu seguir seu caminho junto com o meu.
  Assim, encheu minha vida de alegria e felicidade. Agora, depois de anos juntos, penso : "O amor não acabou, só amadureceu. Ficou melhor".
   Obrigado, esposa.

sábado, 8 de junho de 2013

Isso não é amor.

    Somente uma chance de fazer dar certo.
    Se não conseguir, perderei tudo, perderei você. Você é tudo.
    Não posso falhar.
    Conquistar, ganhar, sempre vencer. Será que vale a pena? Por você sempre valerá.
    Mas, e se eu perder? Poderá me perdoar?
    Se eu fraquejar ficará comigo?
    Sou humano, não temo nada, mas sou falho.
    E aí, como fico se aparecer alguém melhor?
    Estarei só?
    Que garantia tenho do seu amor?
    Como seguirei meu caminho sem você?
    Fico atormentado com esses pensamentos.
    Ficarei louco?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Apologia.

    Preciso de cerveja, sexo e dez milhões de euros.
    Só que minha mulher já me olhou e disse: poderei ter apenas uma dessas coisas.
    Assim fica difícil parar de beber.

    Gosto de postar quando bebo. Quando bebo fico a devanear, a imaginar coisas incríveis e fantásticas.
    Saio desse mundo mesquinho, cruel, chato; e vou para um mundo de fantasias, cores, liberdade. Sem censura.
    Quando bebo muito a imaginação explode, o juízo vai embora, a autocrítica acaba e a língua fica solta. Evidentemente, depois eu me arrependo, mas na hora é muito legal.
     (Foda-se)
     Estou bebendo agora.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ícaro.

Tenho medo de abrir os olhos.
Estou caindo, o vento passa rápido por mim, a altura deve ser vertiginosa.
Tenho medo de abrir os olhos.
Dédalo não pôde me ajudar, perdoa, pai, esse filho desobediente.
Tenho medo de abrir os olhos.
Sei que desafiei aos Deuses com minha arrogância, mas meus braços fraquejaram e minhas asas sucumbiram ao calor.
Tenho medo de abrir os olhos.
Queria ter mais tempo, agora falta pouco. Pagarei minha ousadia com a .....

Saúde.

   Alguns médicos não respeitam quem os espera. Alguns médicos não têm ética e não socorrem os que sofrem e choram. Alguns maus médicos vão além de tudo isso e se transformam em maus políticos, bisonho.

A ladra.

    Paixão que me transporta à um lugar sem nome, sem chão nem parede; o puro vazio de tua ausência.     Quem dera te ver de novo, mesmo em sonhos ou pensamentos, ter visões de ti. Amada, por que me deixar?   Desprezou meu sentimento infinito e, ao fazer isso, roubou minha alma.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia a dia.

    Minha frustração com certos acontecimentos do cotidiano se tornam mais evidentes quando estou só; pensando e repensando os mesmos. Já estou velho demais para mudar alguns hábitos ou conceitos, minha falta de habilidade para resolver certos assuntos me deixa muito chateado.
     Mas, enfim, é bola pra frente, pois essa gororoba toda se chama "Vida". Não existem atalhos, todos vivemos um dia por vez.

Minha Ilha.

      Aos quatro ventos soltei a mensagem : na minha ilha não existia maldade, inveja ou dor; só existia alegria, saúde e bondade. E eu queria dividir isso com outras pessoas.
      Minha pequena Ilha foi se tornando superpopulosa, tão populosa que as dádivas que tinha não foram suficientes para todos. Tive, então, que me mudar de minha linda ilha.
      Hoje, sou um andarilho triste, já que tudo que eu possuía, dei e mesmo assim não foi suficiente.