quarta-feira, 8 de março de 2017

Sobrevivente.

De mim só sobraram restos que eu não reconheci como sendo meus.
Por isso posto minha indignação contra a natureza, fria e cruel.
No calor do purgatório passarei bom tempo lembrando que fui um
menino malvado.
E para decepção de muitos...
nem mesmo tão mau assim.

Ao entardecer, enquanto um sol carmesim se põe
e seus últimos raios morrem no horizonte.
lembro-me de mim mesmo, como um afogado
tateando em vão a superfície em busca de
algo sólido, algo que estava ali mas se foi.

Por isso até hoje não sei se a noite é uma amiga,
pois com ela chegam a melancolia e o desconsolo...
e enchem de tristezas e despedaçam qualquer coração.

E quando as trevas da noite dominam por completo
o firmamento, eu me fecho em pensamentos
e as lagrimas molham meu rosto, como as ondas
do mar batem no rochedo
e criam
sons indecifráveis como um chamado para morte cheio de miticismo.


Sei que algum dia terei que atender ao seu chamado,
só que esta noite não, pois te vi passeando a luz da lua
que hoje foi minha amiga.
Então ficarei aqui apenas ouvindo o vento passar entre as pedras!
E como um náufrago que sou, a espera de uma vela de um navio no horizonte de um amanhecer
também carmesim, brilharei como a esperança!

Cifras.

Vou agendar consultas com psicólogos e psiquiatras.
Eles me convencerão do óbvio.
Talvez filósofos, também ajudem.
Que na imensidão de minha sala eu te procure para todo o sempre, pois
minha afeição por ti é enorme.
Como pode fazer isso comigo e simplesmente sumir de minhas mãos?
Agora estou te odiando, mas quando te encontrar de novo serei todo amores, te
guardarei em local seguro e com certeza te perderei de novo....
maldita palheta!