quinta-feira, 31 de março de 2022

Ao avesso

 A solidão nos leva para os confins de nós mesmos.

Noite adentro

Dia afora

Uma máquina de pensamentos tristes e piedosos.

A autocompaixão já é, por si só, vergonhosa.

A piedade alheia desnecessária me enoja.

Sinto que estou sem tempo para ocultar todas as crises

para debaixo do tapete.

Estamos tropeçando nele há muito tempo.

Estou à espera de que alienígenas venham e me levem,

me cortem, me colem e me reprogramem apenas para ser feliz.

Estou ficando velho de tanto esperar.

Vou me costurando eu mesmo.

Sinto tua falta, mas não te sigo mais, nem em ondas eletromagnéticas.

Seu toque agora corta e queima.

Minha pobre alma segue, floresta adentro no poço mais fundo, mais escuro,

caindo...caindo...

A tempestade, os vórtices se foram, ficou um imenso vazio.

Só sinto o frio que emana de mim mesmo!