segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Retorno.

 Pequenas flores com as pétalas violetas e anteras brancas enfeitam

a beira do caminho que nunca pensei em refazer.

Passos indecisos e medrosos me levaram embora daqui há muito tempo.

Minhas lágrimas rolavam de meu rosto e iam ficando pelo estradão poeirento.

O caminho está mudado, eu estou mudado, porque  tudo me volta ao olhos, a mente e

ao coração.

Lembranças que enterrei fundo e que explodem como se tivessem acontecido ontem.

A única possibilidade de eu voltar seria a um pedido seu, então voltei!

Não queria, mas voltei, cicatrizes reabertas, a mesma dor!

O caminho de tantas idas e vindas, de tempos felizes que não existem mais.

Tantas lembranças me tonteiam, e o sol do meio-dia ofusca minha visão. Mesmo assim

vejo a casinha no final da estrada.

Tudo me é tão familiar ainda.

Meu coração dispara, minhas mãos tremem, penso em desistir!

Tarde demais, já estou em frente a porta.

Com meu último esforço eu empurro a velha porta, que grita me denunciando.

Ela se abre bem devagarinho.

E a luz do dia me precede iluminando o ambiente escuro!



quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Chuva vermelha.

Pensei em alguma coisa linda.

Mas, não fui rápido o bastante para escreve-la.

Me perdi entre linhas e rabiscos.

Real e imaginário, quem sou eu, quem é você?

Mostre-se!

Onde estão as cartas marcadas que você guardou para me jogar na cara?

Onde estão suas frases de efeito, para situações como esta? 

O nariz empinado, acompanhado de lindos olhos negros e cabelos longos, também

tingidos pela noite!

O que vem agora?

O que será do que fomos?

Tantas perguntas em nosso silêncio mútuo.

Um perdão que não conhecerá a luz do dia.

Cada um guardará suas mágoas para si mesmo.

Só olhares duros e brilhantes.

Já foi dito há muito tempo que o amor machuca. 

Que a saudade dói.

E a paixão mata!

Estamos no centro de uma tempestade.

E a chuva que se segue é vermelha!