terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Florzinha.

Prove quem é, para que sua consciência não se perca.
Tive um amor.
Tive uma dor.
Também tinha uma flor em um vaso.
Que era linda, de perfume gostoso.
Que minha prisioneira era e de mim dependia.
Cuidados mil com ela tinha.
Um zelo extravagante e um amor dominante.
Mesmo assim... minha plantinha sofria, a cor lhe sumia.
O viso morria.
Escolhi um lugar lindo na colina e a plantei.
Deixei-a a própria sorte, porém livre.
Acho que gostou, pois hoje suas flores se alastram e dominam
o topo da colina.
Daqui olho triste, seu último desafio.
A colina toda vestida de noiva, menos uma pequena porção de terra,
onde suas flores se tornaram rubras, e com o formato de uma lágrima.
Mostrando a quem tem olhos onde dorme seu amado.
E toda primavera, no seu aniversário, posso vê-los caminhando entre as
flores, sob a luz da lua!

domingo, 11 de dezembro de 2016

Pátria amada.

Pátria amada, em que buraco fétido fomos nós cair!
Um abismo escuro de paredes lisas e feições cadavéricas,
que volta e meia retorna para nos assombrar.
Aqui estamos nós, no fundo do fosso, com merda até o queixo
e de mãos amarradas nas costas.
Daqui de baixo vejo a luz lá em cima e sonho com a utopia de
voltar aos verdes campos, a gasolina, que nunca foi barata, a
maravilhosa ignorância de não saber porra nenhuma, e só ir
tocando a vida.
Querida pátria amada, que será de nós, o país do futuro? Futuro caos!
Estou quase declinando de tudo e começando a rezar, pois parece que a
única coisa a nos salvar desse imbróglio é a alma!