sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A quem possa:

Resolvi escrever algumas linhas, pois
antes tarde do que nunca.
Sempre me achei uma pessoa divertida,
correta, legal.
Mas como disse: "achei", posso não ter sido.
Muitos podem pensar que eu perco o
amigo mas não perco a piada, isso não é verdade,
prezo muito meus amigos.
E se algum dia deixei algum amigo chateado, desde já
peço um milhão de desculpas, nunca foi minha intenção
magoar um amigo.
Nem inimigo, se é que tenho.
Aos meus filhos digo que talvez poderia ter sido um
pai muito melhor, me perdoem se não o fui.
O importante é que sempre estiveram em primeiro
lugar na minha vida.
A minha esposa, que melhor que ninguém, sabe que eu
tenho um trilhão e meio de defeitos, e que por sorte ou
azar da mesma eu sou o homem mais apaixonado do mundo por ela.
E aos outros, bem, eles sabem que para mim a família é sagrada.
É isso pessoal.
         
                Feliz Natal.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Pedaços.

Se você for juntar os meus pedaços.
Os teus também cairão ao chão.
Não te peço isso.
Vai te embora, que com o tempo vou me reerguer sozinho.
Afinal de contas, essas coisas fazem parte da vida de quem ama.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O servo.

Você ai, que  acha que leva a vida todo certinho, temente
a Deus, com a bíblia em baixo do braço, que tem toda a autoridade,
super religioso etc...e tal.
Você pode estar servindo ao demônio e fingindo não saber.
Sim, fingindo.
Falsos profetas sempre existiram e o diabo tem muitas caras e nomes. Suas palavras soam como doce melodia no ouvido dos fracos e preguiçosos.
A explicação é muito simples, aliás, a base de quase tudo é a simplicidade.
Até uma pessoa não religiosa, como eu, sabe que Jesus pregava fraternidade,
caridade e humildade, dentre outras coisas.
Se você é seguidor de alguém que prega isso mas age de outra maneira, então,
você é um servo do demônio.
Jesus não tinha fazendas, não tinha o corpo coberto de ouro, nem templos maravilhosos.
Jesus não tinha nada disso. Sua verdadeira riqueza estava no reino do céu.
As pessoas leem a bíblia e não entendem, tiram suas próprias conclusões.
Só atendem os falsos profetas, que estão cada vez mais ricos em nome de Deus.
Acho que o povo anda enfeitiçado por Lúcifer.
O povo vê, ouve, mas não reage. Parece até escândalo do mensalão, petrolão: sai no
jornal toda hora, mas ninguém liga. Aí também tem o dedo do capeta.
Tenho comigo que, se a pessoa apenas por um minuto limpar sua mente das coisas do mundo,
se concentrar no que representou Jesus para a humanidade, no amor dele para com os homens e mulheres, e lembrar que sua igreja está nos corações das pessoas, ou embaixo de uma pedra, então,
essa pessoa poderá decidir por si mesmo a quem servir, sem fingimentos.
Porque todos nós podemos servir a Deus de alguma maneira.
Dou uma olhada nos canais religiosos e vejo uma aberração maior que a outra.
A religião, como a politica, se transformaram num circo de horrores em nosso país, até porque sempre andaram juntas.
Me pergunto:  o que Deus estará pensando de tudo isso?
No começo do texto disse que não era religioso, mas não disse em momento algum
que não acreditava em Deus.
                         
                                                       Feliz Natal.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Anjo meu.

O anjo me olhando disse: nada te impede.
Assim sendo, coloquei meu braço em volta de seu ombro
e abracei o anjo, ficamos assim ouvindo a banda tocar musicas da época.
Até dei uma canja com morena tropicana.
Você estava vestindo uma camisa verde, que você adorava, calça jeans,
bamba branco e bolsa de crochê.
Então ali juntinhos um sentindo o calor do outro, a energia, o cheiro,
a química, tudo, sai o primeiro beijo pra selar o destino.
Só fui tão feliz novamente quando meus filhos nasceram.
O anjo era você, meu amor.

sábado, 15 de novembro de 2014

Astronauta.

Estou flutuando no espaço, o cabo arrebentou.
Não sei o que fazer ou onde ir.
Me vejo confuso, perdido, descartado, achado, descartado de novo.
Me falaram que a vida é assim mesmo, dá vontade de ser peixe.
Meu sapo me encara, fica ali me olhando, não entende.
A luz bate no plástico dos seus grandes olhos, parece que vai pular.
Ele tem nome, mas não posso dizer.
Minha beija- flor negra vem na certeza de encontrar comida,
ela tem razão, não me esqueci dela, temos um pacto.
Elvis e Merilyn, estão sempre sorrindo, não importa quantas
voltas o ponteiro dê.
Três borboletas cintilantes camuflam, três buracos no forro.
Será que sou eu que complico as coisas?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Seis e quinze.

Mulher de macacão vermelho, brilhante e justíssimo, com
a cabeça bipartida, tipo quase duas testas.
Um homem barbudo, cabeludo, de três metros de altura,
roupas comuns.
Outro homem, muito branco, testa alta, crânio muito pequeno,
olhos de réptil, roupas normais.
Esses estranhos personagens estavam voando num objeto que
parecia o chapéu gigante do Zorro, só que vermelho brilhante,
mesmo material do macacão da cabeçuda.
Deram várias voltas, apareceram rodas na coisa, virou uma
espécie de carro e aterrissaram.
Foi assim que fiquei conhecendo os ocupantes do chapéu voador
quando desembarcaram.
Eles tinham um objetivo para descer ali, cercaram rapidamente um
chevette ret verde, velho que estava estacionado e ficaram observando
seu interior.
Morrendo de medo, me aproximei, eles nem ligaram para minha
presença, acho que fizeram algum tipo de mantra ou oração, dizendo
que o sol explodiria e que a raça humana seria exterminada, me pareceu
a ameaça básica dos filmes de ficção.
Mas eu estava mais curioso do que medroso, por incrível que pareça
queria saber o que tinha dentro do chevette, para merecer a atenção dos
alienígenas
Não tinha nada nos bancos do carro, mas no painel do motorista tinha um
monte de brasas, isso mesmo: brasas de fazer churrasco.
Ai eu indaguei o gigante:
"Só tem brasas?"
Ele me olhando como se eu fosse um verme disse: "sabe de nada inocente!"
Depois dessa eu fiquei muito puto, tão puto que acordei.

domingo, 9 de novembro de 2014

Gostosa.

Temos visitas, Emerlinda fica toda ouriçada,
Sebastião, o dono da casa, leva as visitas para um
tour pela propriedade.
Emerlinda fica só filmando os convidados.
Logo que vê Emerlinda, Sebastião a mostra aos amigos.
A cobiça toma conta dos convidados, o olhar
altivo de Emerlinda, o peito farto, as coxas grossas e torneadas,
sempre foram motivo de inveja das amigas.
Todo mundo quer comer Emerlinda, e é isso mesmo que acontece.
Exatamente as dez e trinta, Sebastião vai até o quintal pega Emerlinda
pelo pescoço e adeus mundo cruel, já era.
O galo ficou de luto uma semana, não deu um pio.

Feliz esquecimento.

Agora que está curado, ele tenta lembrar do seu rosto,
do tom de sua voz. Mas isso passou.
Queria também saber suas vontades e gostos, mas já não
vale a pena, seu numero, seu cep, quem liga?
Se tinha planos, se queria ser alguém, não importa mais.
A única coisa que sabe que é cruel, perversa e que demorou
muito tempo para esquece-la.
Nem nome tem, seu subconsciente deletou do universo
essa coisa ruim, ele pode viver agora.
Curou-se totalmente da doença com um remédio tão
simples, que até guardou a receita: Amor próprio.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Agenda da roça.

Hoje o dia vai ser uma belezura, o céu tá estreladinho.
Graças a Deus.
Vai rende o serviço da roça, vou ponha um pouco de lenha
no fogão pra passá um café, arrumá minha marmita e come
o resto pra dá sustância, vô dá um susto no barnabé, que é meu
galo de estimação kkk. Colocar mio pras galinhas, cuidá das criação
e das plantas aqui de casa, tem que ser ligeiro, quero pegar o sor, lá
na roça.
Quero adiantá o serviço,porque amanhã vou consertá o chiqueiro,
capais inté deu i visitar os parente, es ficá preocupado deu morá sozinho
aqui no meio do mato, eu num preciso de quase nada, tenho meus remédio
de mato, minha horta, minhas criação, tenho saúde, graças a Deus, levo um
vidão, bão demais.
Só farta a Rosa vir morar comigo.
Depois de amanhã eu num vou faze é nada, só vô ficar olhando as galinha
ciscá ai pelo quintal, os passarinho cantando, depois vô pegá uns peixinho.
Vô faze minha janta mais cedo, porque quando escurecer pego minha
cadeira e coloco no meio do quintal pra ficar vendo as estrela, de veiz em
quando aparece uns trem doido no céu, mais é tudo coisa de Deus.
Graças a Deus.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Túm, dúm, túm, dúm...

Túm, dúm, túm, dúm....
A porta está escancarada, à espera.
Túm, dúm, túm, dúm....
Olharam para dentro e foram embora.
Não vejo nada, não ouço nada.
Túm, dúm, túm, dúm....
Sombras deslizam nas paredes.
É agora.
Foi mal, não sinto nada.
Túm, dúm, túm, dúm....
A porta está fechada, não há vagas!
Túuuuum.....

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Hei, boi.

Chego a ficar comovido com o altruísmo e tenacidade com
que muitas e muitas pessoas defendem criminosos,
independentemente das cores de suas bandeirinhas.
Era pra acontecer assim mesmo ou alguma coisa deu errado?
Ou tudo deu errado?
Pobre daquele que vê, ouve e não crê.
Prejudica seu irmão a ganhar o pão e curar as feridas.
E só obedece aos comandos do carreiro.
E assim, ao som de engrenagens emperradas e morosas, vai
puxando a carga bruta, por caminhos nunca antes trilhados
neste país.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Game over.

De repente me vi só.
Parece que todos me abandonaram.
Cansei da luta e agora me entrego à própria sorte.
Como tantos outros, fui vencido por enxergar além dos
anos, do idealismo confuso, das demagogias estéreis, do vazio das palavras.
Coisas que parecem que só eu percebi, é frustrante.
Mas o preço será cobrado de todos nós, a vida continuará ainda mais
lenta, mais amarga.
Até que a realidade caia sobre os sonhadores, talvez não tenhamos mais
um ponto de partida, nenhuma referência.
E, como um barco a deriva, sem comida, sem água, a espera de um milagre.
Queria estar errado e ser um desses sonhadores, a ignorância me protegeria.
Mas os fatos são relevantes, marcantes, impossível passarem despercebidos.
Talvez algum dia as coisas mudem e a esperança volte.
Um filho teu não foge a luta.
Porém, hoje me sinto muito cansado e podemos descansar um pouco até
a próxima batalha.
Pois minha fé foi-se embora com meu voto.

domingo, 26 de outubro de 2014

A terra chama.

Das entranhas da terra abre-se uma fenda profunda,
escura, quilômetros de um abismo inimaginável.
Até a beira desse abismo ainda tem uma descida,
íngreme e perigosa, muitos nem ali chegam.
Estamos tentando chegar neste ponto, eu e outro ser,
para ele é mais fácil, ele tem garras.
Não sei por que estou fazendo isso juntamente com essa
criatura, parece ser mais forte que eu e ela.
Muitos tentaram essa empreitada, a prova disto são os
corpos pela trilha.
Quase cai para morte certa, muitas vezes a criatura me
salvou, o mesmo fiz por ela.
Estamos chegando.
Mais alguns hematomas e finalmente chegamos a
beira do abismo, uma plataforma gigantesca, polida e fria.
E, pela primeira vez, a criatura fala.
O que fazemos agora?
Eu respondo.
Agora nós pulamos.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Eu adolescente.

Quando te conheci, te vi tão linda que te guardei na memória
como se fosse uma flor delicada, do tipo que se quer proteger,
se quer amar.
Você se lembra de como eu era?
Tinha tanto cuidado com você, que acabava sendo um desastre,
e nós riamos disso.
Um dia te falei que quando pensava em você chegava a sentir
dores no peito, meu coração batia tão alto que eu podia ouvir
seu descompasso.
E o sangue circulando velozmente me deixava tonto, eu era
feito de hormônios.
Você me zoou uma semana inteira.
Como era bom e gostoso quando ficávamos juntos, quantas
maravilhas uma pessoa pode proporcionar a outra quando se ama,
quando se quer bem.
Ainda bem que tínhamos nossas confidências, eramos cúmplices
e nos divertíamos muito.
O mundo era feito de cores vibrantes e sons exóticos.
A discoteca estava no auge, quem não viveu nunca vai saber
realmente como era.
Lembro dos seus cabelos encaracolados, teus olhos negros,
você sempre maliciosa e de bom humor.
Puxa, te amava pra caramba.
Te chamava de chuchu, já pensou que ridículo, eu nem me
tocava, kkkkkk.
Lembra da minha variant azul, que tive de vender pra manter
minha dignidade, pois não tinha cristo que me fizesse dirigir
aquela merda
Eu até pertencia a uma banda com meus irmãos, os the hawks,
chovia garotas, só sei que meus irmãos, são músicos até hoje.
Hoje em dia me pego relembrando certas coisas de vez em quando,
algumas impublicáveis, mas acho que tudo valeu a pena, foi incrível.
Cara como foi bom ter tido dezesseis anos um dia.



segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ironia.

O peão é bravo, corajoso.
Em cima do touro, ele roda, roda, roda.
Sua meta: em  oito segundos vencer o touro.              
Às vezes consegue.
O povo é bravo e corajoso .  
Nas mãos dos políticos, ele roda, roda ,roda.
Sua meta: em uma vida ser feliz.
Porém, os políticos não deixam.
O peão, se cair, cai com honra, mantém sua dignidade e é reconhecido.
Mas, o que resta ao povo nas mãos de políticos?
Nada.
.


domingo, 19 de outubro de 2014

Prisioneiro do tempo.

Um piscar de olhos pode levar uma eternidade ou uma fração de
segundos, tudo acaba muito rápido quando você se diverte.
Como todo mundo, estou preso a um corpo que, consequentemente,
está preso a um trabalho para sobreviver, que está preso a um
planeta para habitar.
Sempre achei demasiado longo o tempo para se ganhar o pão.
Será que era para ser assim?
Os filhos cresceram devagar, eu não vi, não me lembro.
Os momentos que me dediquei a eles foram poucos.
Claro que me arrependo, mas não tive opção.
No geral, lembro de pouca coisa sobre tudo.
Sempre trabalhei, mesmo disso, trabalho, não lembro de muita coisa,
há lapsos de tempo.
Meu filho tem vinte nove anos, tenho saudades, mas ele não
tem tempo para mim.
Minha filha, dezessete, nunca se preocupou, outra dimensão
logo vai embora, vou sentir muito.
Minha mulher e eu estamos começando a fazer planos, porém
ainda não.
Tem uma velha piada que diz:
"Quando você morrer terá todo o tempo do mundo"
Estou começando a achar essa piada um pouco sem graça.
Já pensou não ter nada agendado para os próximos cem anos?
Queria apenas uma casinha nas  montanhas, noites inteiras olhando a lua,
estrelas cadentes, ovnis.
Dormir o quanto quiser, cuidar de jardins, arvores, bichos, tudo
sem compromisso ou obrigação, só por prazer.
Tentar atingir a harmonia com o universo.
Libertar-se do tempo sem ter que morrer para isso.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O parque.

Quisera eu explicar a mim mesmo que as contradições da vida
são apenas contradições e que ganhar a vida em certos lugares
às vezes é um privilégio.
Uma criança vindo pelo gramado batendo, displicentemente, uma
garrafa de coca-cola vazia na cabeça é só o que aparenta. Lindo!
O pássaro que come migalhas pelo chão.
Tristes migalhas.
Agora duas crianças correm, vestem rosa.
Elas sorriem.
O pássaro voltou, as migalhas acabaram.
Pombas vorazes e perigosas comeram tudo.
O gavião descobre o ninho, a mãe foge, os filhotes morrem.
O gavião tem seus próprios filhotes.
O gramado está pisado e seco, as pombas continuam a busca por comida.
O velho avarento tenta ludibriar a neta.
Pessoas que caminham falam sobre tudo.
O sol está se pondo, todos estão indo embora, vou indo também.
O parque fecha as 18:00.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quem?

Noites insones me perseguem por toda parte.
Me acudam, bons sonhos!
Sorrisos tristes sempre antecedem um não.
As estrelas me acenam ao longe, mas são as sombras que vêm ao meu encontro.
Um pensamento ilumina meu caminho e fortalece minha empreita.
Mostra tua face.
Quero que me diga: que não sou teu filho.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Vamos para o norte.

Às vezes escrevo sobre coisas estranhas porque coisas estranhas às vezes acontecem.
Ficar no mesmo nhê, nhê, nhêim, não muda nada, mas gira, gera, pira.
Portanto: Sim!
Eu aumento, invento, distorço, torço, acrescento, mas nunca minto nem omito.
Coisa de louco!
Louco?
Como descobrir os loucos se não fizer propaganda?
Vozes ainda não ouço, porém pelo canto do olho vejo vultos em sequência.
Rondam por perto com frequência.
Como desenhos rupestres, como sombras, muito confuso, coisa estranha.
"Vós que caminhas pelo vale das sombras, onde está tua sanidade?"
"Norte"
"Vamos para o norte."

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Filho do sol.

Mãos calejadas como pedra colhem o sisal .
Por comida, um pouco de feijão de corda, palma e farinha.
O rosto trincado e sulcado já não tem expressão.
Mas os olhos, sim, seus olhos, ainda brilham por uma esperança, ele tem fé.
Pobre homem, o que espera que aconteça?
Depois de tanto sofrimento, fé em que?
Será que se tornou um vício para ele ter esperança, fé?
Não percebe que foi abandonado pela sorte e esquecido pelos homens?
Sua terra arde como brasas, mesmo assim ele ara o solo incandescente,
dia após dia.
Deixa de comer as sementes para plantá-las e as verem morrer junto com
seus sonhos.
O mínimo para ele já seria muito, mas nem isso.
Se pudesse ao menos sair dali, mas ir para onde? Fazer o que?
Para onde seus pés descalços o levariam?
Realmente não existem alternativas para o caboclo nordestino.
A única coisa que o mantem é sua esperança, sua fé, seu olhar!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Necromante.

Agora mesmo elas estão morrendo, já faz algum tempo
que não se regeneram como antes.
É inevitável, mesmo quando durmo.
Pasmo, olho minhas mãos.
Um sentimento de medo e coragem.
Nem rico, nem pobre lhe escapa.
Realmente, lentamente, absolutamente, resigno-me.
Espero ser sensato até o fim.
Mas bate uma desconfiança, uma esperança que deus exista.
Lembranças de pecados e alegrias, tudo a condenar.
Nunca fui samaritano, breves escorregões.
Dúvidas e dúvidas, um bolo, um nó, um começo de rebeldia, mas passa.
Tudo passa rápido e sem volta.
A evidência das células mortas em meu corpo é gritante.
O envelhecer chegou.
Consequentemente a morte está mais próxima.
A lei da vida, etc....
Mas sempre fica a expectativa do desconhecido, do novo, a pergunta?
Como será? Abismos profundos cheios de monstros e torturas?
Ou a resplandecência do paraíso e a glória dos anjos.
Como será?
O que me espera?
O que te espera?
Será que vou cavalgar um cometa?
Ou simplesmente desaparecer no pó?
A natureza, em suas metamorfoses nos mostra coisas maravilhosas e inexplicáveis.
A transformação e evolução do mesmo ser.
Isso pelos nossos olhos.
Porém, pelas leis do universo, seria uma dádiva ou um castigo?
A resposta virá para cada um com a própria morte.
E morto não fala!

domingo, 21 de setembro de 2014

Brumas de pedra.

Sonhos construídos sobre a nevoa desmoronam diante da luz.
A chuva que não molha, o sol que não arde, a fome que não
sinto, tudo isso tem a ver com a sua ausência.
Às vezes lembro uma música, teu nome.
Outras de um lago profundo, teus olhos.
Um sol, teu sorriso.
Como um anjo, flutua em meus sonhos.
E faz de meu coração sua morada.
Um beijo sob as estrelas, o abraço eterno.
O calor e gosto do verdadeiro amor.
Não são apenas sonhos caídos.
Seus alicerces são profundos.
A bruma se transforma em rocha.
Pedras onde se constroem mundos.
Mas o preço da saudade são as lágrimas.
Porém se o preço da felicidade for a simplicidade, o desapego.
Então, hei de ser feliz.

sábado, 20 de setembro de 2014

Férias.

Ó, mundo cruel, às vezes até te absolvo por minhas desventuras.
Que culpa tens tu, se sou eu que não te entendo, assimilo, desvendo,
O que é tão fácil para alguns e tão complicado para outros.
Por que me lança contra inimigos tão poderosos e astutos?
O que fazer para não estar sempre encurralado?
Como ser vitorioso se o inimigo já se vangloria da minha derrota?
São tantas perguntas.
Vou procurar abrigo no clã das corujas.
Lá vou curar minhas feridas de batalha.
Estarei protegido até a próxima luta.
É o que sempre digo:
Uma semana de ferias é muito pouco!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Homo.

Subitamente me pego pensando em você.
Instintivamente me pego desejando você.
Consequentemente um universo de moralidade cai em minha cabeça.
Não pode, não deve, isso não é correto, etc......
Então vamos mudar de assunto.
Era uma vez um pinto.....Ah, esquece.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pródigo.


Senhor, meu Deus:
Como pode, senhor, se preocupar com esse verme, quando
há tantos que te louvam e são fiéis a ti
Que mesmo quando ando por caminhos sem volta, tu me guias em segurança
de volta ao lar.
Há sempre um abrigo para chuva, uma coberta para o frio, pão para fome.
Por que tantos cuidados comigo pai, que não sou nada e nunca  te dei
a atenção que merecia?
Por que tem paciência comigo? Que muitas vezes te culpei pelos meus
próprios erros, que em revoltas tolas te ofendi.
Por que, senhor, perde seu tempo comigo, que ando apartado de ti?
Que amor é esse que te une a mim?
Não mereço nada disso.
Sou rebelde e teimoso.
Mas sei que está sempre comigo, apesar de tudo.
Eu sigo com meus erros e defeitos.
Mas a luz começa a romper a escuridão, e a cada dia me sinto um
pouquinho mais próximo de ti.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Cavaleiro de Áries.

Subo as escadas para olhar a vastidão do meu pequeno mundo.
Lá fora prédios, carros, pessoas.
O que me lembra uma sequência de cupinzeiros.
Somos como eles: cegos.
Meu reflexo hoje está sério, já tive dias melhores.
Parece me dizer : "vá descansar, volte pra cama".
Tenho meus momentos.
Pecados antigos, grandes e pequenos.
Uma surfada no passado já basta para tomar um caldo.
Falando em caldo, a droga da caixa d`água está transbordando novamente.
Vou transformá-la num lago de gelo.
Ainda bem que posso viajar para outras dimensões e ser apenas um personagem.
Um herói, um bandido, um pirata, o que eu quiser.
Às vezes as coisas desse mundo ficam muito chatas.
Agora mesmo estão me seguindo, tentando desvendar meus segredos.
E sabe porquê não vão conseguir?
Porque eu já não estou mais aqui.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Crepúsculo.


Se houver amanhã, quero patinar em neptuno, pegar um sol em marte,
beber água da fonte, seja lá onde ficar a fonte.
Vou te levar pela mão a voar pelos morros, brincar como tolos,
descer a colina e deitar em baixo da figueira.
Só para ficar olhando pra cima, por nada, por tudo.
Ver as nuvens, pensar em nada, passar o tempo.
Comer um doce, dar um beijo, viver sem medo, falar de amor.
Sentir o vento, o perfume da figueira, o ar puro, a relva macia,
a alegria de estarmos juntos, por tudo, por nada.
Ver no teu olhar que sabe do meu amor.
E no teu sorriso, toda ternura do seu.
Se houver amanhã, quero acordar contigo, te ouvir cantar, falar, resmungar.
Coisas do cotidiano.
E no crepúsculo, estarmos juntinhos a espera de mais um dia.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Cedro.

O galo canta e anuncia: É dia!
Levanta, chacoalha, se vira, pula de alegria.
Cheiro de café da Terezinha, biscoito de nata, e queijo.
Leite de vaca no curral, fruta no pé e pescaria. É tudo maravilha.
Quero quero reclamou, gavião já passou.
O dia lindo promete, depois do trabalho tem churrasco.
Carne, cuiabana, pimenta bode e cerveja.
Tem futebol e catira, viola, truco e douradão.
A noite tem arroz com pequi, prosa, causo e mentira. Seis, ladrão!
A vida no cedro era assim: trabalho, alegria, globo rural e folia.
Voltar no tempo era tudo que eu queria.
Hoje, só restou boas lembranças, saudade, nostalgia.
O fusca não anda, papagaio não chia.
Só tem cana.



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Voto de ouro.

Deus ou Diabo?
Para o bem ou para o mal.
Que meu voto mantenha distantes as venezuelas, cubas, etc....
Em ti, meu querido voto, deposito grandes sonhos de igualdade,
democracia, justiça.
Que você escape das armadilhas tecnológicas, da ganância humana,
e se mantenha fiel ao meu desejo até o fim do pleito.
Que, somado aos outros tantos milhões, afaste para sempre
a ameaça desse dragão vermelho que ai está.
Verdadeiro sumidouro de recursos e verbas públicas .
Há chances de que você se transforme em suicida, pode ser que não.
Espero usá-lo da melhor maneira possível, e espero que todos os brasileiros façam o mesmo.
Perpetuar o poder nunca será uma coisa boa.
Temos na medida do possível que votar com a cabeça, não por comodidade.
Os benefícios já conquistados nunca serão perdidos.
Só que precisamos de mais, muito mais e de pessoas que realmente o façam.
Por isso, querido voto, se conseguir chegar integro à contagem oficial, você se transformará
em um lindo voto de ouro.
Porque com toda certeza você fará diferença.
O Brasil pertence ao povo brasileiro.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Siga o lider.


Siga o líder.
As luzes da cidade ofuscam.
Verdadeiras ilhas no breu.
Ilhas de esperanças, prazeres, enganos.
Decepções e alegrias, mesmo que tardiamente.
Não me espere!
Cores e cores limpo, lindo.
Ao lado o breu, frio, sujo, perigoso.
Não dependa de mim!
Ao amanhecer só os lobos se lembrarão das cores.
No chão estarão caídos os incautos os fracos.
Não me peça nada!
Essa é a lei da noite, para aqueles que buscam caminhos tortuosos e sem rumo.
Saia da escuridão, mas não olhe para as luzes da cidade, elas ofuscam.
Se estiver confuso pergunte aos animais.
"Dona zebra, por que discute com o senhor tamanduá?"
"Estamos decidindo que cor pintar a floresta!"


.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Hipóteses.


Alguma coisa cai de muito alto.
A laje de pedra acolhe o meteorito incandescente.
Uma fenda na pedra cinza.
Será que foi um corpo celeste que simplesmente caiu?
Ou foi algum artefato colocado ali de propósito?
A vida segue seu curso, os animais passam por perto do objeto e nada lhes acontece,
mas quando se aproximam de seres humanos, esses são contaminados por vírus,
terríveis, letais.
Descarto a hipótese de que esses vírus sejam desenvolvidos naturalmente por algum animal,
senão já existiriam há milhares de anos.
Acho que os animais são induzidos a exposição, ai sim desenvolvem o vírus e o transmitem ao homem.
Não duvido da possibilidade dessas doenças hediondas serem criação do próprio homem.
Como também não descarto que isso possa ser um fator extraterrestre.
De qualquer maneira, são experiências e nós, as cobaias.
No caso do homem, um meio rápido de destruição em massa da vida humana,
sem grandes prejuízos para a fauna e flora .
No fator alien também.
Vendo pelo ponto de vista bélico uma arma perfeita.
Retira-se do caminho só o que está incomodando, a um custo muito baixo.
Ebola, influenza H1N1, hantavívus, influenza H5N1, HIV,etc...
Serão os animais culpados por tudo isso?
Só estou levantando uma hipótese!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Helena.


Eles fazem o que tem que fazer.
Buscam autoconfiança, são determinados, marcam seu território.
E nós, pobres pais, só podemos orientar e dar amor infinito, só isso.
Se é como dizem nossos amigos espiritas, que escolhemos onde vamos nascer,
eu só tenho a agradecer por você ter me escolhido como pai.
Porque realmente sempre precisei muito de você.
Sua presença aquece esse velho coração.
E como digo sempre: você é o sol da minha casa.
Te amo demais.
Feliz aniversário.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Amantes.

Não olhe, não pergunte.
Sei que está estranho, também sinto falta.
Talvez seja um erro ou uma necessidade, não sei.
Não consigo evitar.
Olhe meu rosto, não sei se vai acontecer novamente.
Se já estamos aqui.
De que adianta pensar no depois?
De que adianta pensar qualquer coisa?
A vida não é razoável.
Somos tão covardes e estúpidos.
Só por não querer ferir ninguém.
Tão difícil não dizer o seu nome.
A distância imaginária é um castigo.
Ter que fingir amor quando só se tem amizade,
enquanto o verdadeiro amor está nos braços de outro.
Somos um desses enigmas da vida.
Nos contentamos com momentos furtivos e breves.
Encontros aleatórios e raros.
Que tendem a excitar ainda mais a  cumplicidade.
Sabemos que essa situação não durará para sempre,
mas ignoramos esse conhecimento.
O que acontece para sermos tão lerdos que não tomamos uma providência definitiva?
Comodidade?
Medo?
Quando a bomba estourar e ela vai estourar a qualquer momento,
seremos o centro das atenções.
Teremos que escolher nossos caminhos rapidamente, se pudermos.
Haverá surpresas de ambos os lados?
Sejamos covardes mais um pouco.
Que nossa felicidade eterna dure mais um ano, um mês ou um dia.
Como os poetas os amantes também deixam suas decisões importantes sempre para ultima hora.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Diário da professora morta.

12/8/2014, terça-feira.

Viajo no olho do furacão.
Mas essa coisa só faz dar voltas e mais voltas,
da ultima vez ele bebeu direto do meu coração.
Não podia ter feito, ficou marca.
Pela ferida se esvaiu sentimentos, a confiança.
De vermelho ficou cinza, seco.
Um nada comparado ao seu grande coração negro
Em sonho andei mundos,
peregrino pela noite a procura de cores, mistérios,
A espera, sempre a espera.
O alimento.
De repente me dei conta, que não precisa ser assim.
Que as coisas estavam invertidas,
ele era dependente de mim, não o inverso.
Era minha luz que o fazia brilhar
Ai mudei, mudei muito,
resolvi ficar na minha, sem aventuras loucas,
ser apenas uma pessoa.
Guardar as lembranças boas fundo e ignorar as más.
Ele sumiu, foi ótimo.
Agora quero esquecer, esquecer.
Um coração só,
livre para sempre.
Sem mágoas, sem tristezas.
Flutuando acima do mundo.
Ser feliz novamente.
Alguém à porta.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Agrado, desagrado?

Agrado, desagrado?
Pouco sei de mim
Queria muito saber de ti
Das andanças e contra danças
Amores e dissabores
Presentes e picuinhas
Conhecer a fundo esse olhar melancólico
Desvendar esse sorriso triste, mas cativante
Tudo a ti relacionado me interessa
Qualquer notícia, um rumor
Alegra o dia
Entristece a noite
Queria fazer chuva de flores no teu caminho
Mas nem existo!
Como explicar?
Como abandonar o eterno coadjuvante?
Ser você mesmo
Dar mostras de admiração, tesão, coisas do gênero
Por tua causa ando largado, esquecido, pouco sei de mim
Mas queria muito saber de ti.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Doce ou travessura?

Doce ou travessura?
Bala, pirulito.
Faca, facão.
Travesseiro, corda.
Garganta, coração.
Devagar ou rapidinho.
Dura um tempão.
Outra rodada é preciso.
Seja homem ou menino.
Se não morrer.
Como gostoso coração.
Lançado está assim.
Fica aqui, fica lá.
Quem entende, preso está!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Preguiça no céu

Acho que não quero fazer isso não.
Aqui ninguém questiona o que lhe mandam fazer.
Não curti.
Aquele cara ali, o que ele está fazendo?
Ele faz esculturas de areia.
Acho que consigo.
Não ficou muito legal né!
E aquele ali?
Ele cria partículas de prótons.
Esquece.
Tem que fazer alguma coisa mesmo?
Aqui ninguém fica ocioso.
Quê mais que tem pra fazer?
Por que você não faz a porra da bolinha de sabão e pronto!
Posso escrever?
Nãooooo!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O beijo.

São apenas rosas, não ligue.
Fique com elas se quiser.
Eu as trouxe para você.
Não se incomode, já estou indo.
Acho que não volto.
Melhor assim.
Não quero o anel: venda!
Não me importo.
Só vim agradecer pelo tempo que durou.
Para mim valeu muito, sinto ter acabado.
Você não é de se apegar a ninguém.
Não a culpo.
Te amo muito, mas não sou do tipo que prende.
Prefiro ver você feliz, quero que prospere.
E para selar o fim de nossa história, só quero uma coisa
Um beijo.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ética.

Eles perderam a razão.
Seus métodos são medonhos.
A cura não pode custar tanto.
Usam tudo que aparece.
A madrugada oculta o ilícito.
Da fábrica até o destino serão horas.
Ele os segue até o fim.
Dois astronautas descem do caminhão.
E começam a jogar a carga no velho fosso da pedreira.
Ele se aproxima para ver melhor.
Carcaças, algumas se mexem, ovos e muitos sacos pretos..
Tanto trabalho por isso?
Quer mais uma prova, além do filme.
Esquece a escolta.
Alguma coisa se rompe.
Que cheiro horrível.
Está paralisado e tonto, muito perto.
Gasolina, vão incendiar o fosso.
O clarão domina a noite, ele fica onde está.
Pela manhã não se saberá o que é homem, ou o que é bicho.
De observador a vitima, no meio de tantas.
Talvez um dia o fim para muitos se resuma a isso.
Um monte de lixo e cinzas.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ilusão.

O trabalho nunca acaba.
O filhos nunca crescem.
Eu ainda não cresci.
Só envelheço.
Dia a dia, sopro a sopro.
Tudo passa.
Minhas mãos sangram.
A lida, cansativa, monótona.
O amor é vencido.
A paixão é vendida.
Meus joelhos já não se dobram .
Tudo passa.
O corpo se desintegra com a alma ainda nele.
Mas ainda me apego a um fio de vida, uma ilusão.
Porque no final tudo se renova.
Não tenho certeza de nada.
Porque deveria? 
Se tudo passa.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Casalzinho.

Ele: dá uma segurada pra mim.
Namorado: tá bom.
Namorado: anda logo, minha mão tá cansando.
Ele: aproveita e dá uma chupada, não morde.
Namorado: não, obrigado.
Ele: que chato.
Namorado: não gosto.
Ele: anda logo, chupa ai, chupa logo, porra.
Ele: Ahhh! Sacanagem, caiu longe.
Namorado: já falei mil vezes que odeio picolé de goiaba!

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Não diga adeus.

Eu apenas olho.
Não digo nada.
Quero que se lembre de mim assim.
Não diga adeus, apenas vá.
Sempre poderemos reviver velhos amores.
Meus erros ficarão comigo, leve os seus.
Equívocos são passíveis de perdão.
Lembranças são apenas bons momentos, não espere que eu chore.
Não quero ficar triste.
Não quero ficar triste.
Coisas de homem e mulher.
Vá logo.
Volte logo.
Não diga adeus.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O teste.

Tudo tem que ser perfeito.
O movimento é primoroso.
Com tantos a olhar, tem que ser.
O liquido desce viscoso, salivam.
Vejo nos olhares que seu cheiro desperta insanidades.
A lâmina é afiada, ponho-me a cortar pedaços.
Não sobra quase nada.
Está tudo preparado.
Todos esperam meu próximo movimento.
Eu aguardo.
Cresce a ansiedade, querem me julgar rapidamente.
Alguns se irritam, estão com fome.
Faço que não os percebo.
Tenho meu próprio tempo.
Sustento-lhes o olhar.
Quando de repente: prim.
Ficou pronto, meu famoso bolo de cenoura.
Agora só falta a calda de chocolate, hum!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O chamado.

Atentai ao chamado.
Vós que cortejas a noite.
Somos iguais, junta-te a mim.
Não hajas com receio ou timidez.
As trevas já existiam antes da luz.
Estamos acima do bem ou do mal.
Vós que anceia liberdade.
Nas sombras encontrará abrigo.
Siga teus instintos.
Empenha teus dons a nossa causa.
Aqui não existe pecado.
Aceito o chamado, não há retorno.
Tua paga: eternidade.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Anjo negro.


Amparada por policiais, parecia perdida, pois o efeito da droga estava no auge.
Quando passei olhou para mim.
Tenho certeza que não me viu, fitava o vazio.
O problema é que eu mergulhei no seu olhar.
Fui sugado para o seu mundo de dor e tristezas.
Onde pessoas tentam secar o oceano com um conta-gotas.
Ou escalar uma parede de vidro com as mãos sujas de óleo.
Pessoas apáticas, patéticas, que só pensam em seu circulo vicioso.
Quem dera pudesse ajudá-las.
Mas não querem ajuda, não entendem, eu também não.
Parece que estamos todos presos a sapatos de concreto.
Não vamos à lugar algum.

O anjo caído é negro.
Sua vontade é negra.
Tento subir a superfície.
Me seguram os pés.
Me debato em vão.
E afogo-me em meus pecados.
Me entregando de vez a escuridão.
O anjo negro regozija-se, nas profundezas.

sábado, 21 de junho de 2014

Vontades.

De andar solitário
Sozinho vou-me
A divida é pequena
Mas cansado estou

Faz mundos de promessas
Mas o verbo é fraco
A carne é fraca
Perdido sou

Tua lágrima fingida é seca
Fica a soluçar
Queres atenção
Teu logro não me alcança

Prefiro um vagar tranquilo e leve
Ao doce tormento de tuas vontades
Teu querer é como vaga, me faço forte
Minha alma treme, mas resisto

terça-feira, 17 de junho de 2014

Duas luas.


Um bater de asas em outra dimensão.
A lua que se tornou siamesa naquela noite.
Somente para meus olhos.
E um instinto primitivo invadiu meu ser.
E me peguei conversando com a lua de reflexo duplo.
Bajulando-a , fazendo-lhe pedidos fantásticos.
Um sonho de magia e encantamentos.
Visões de seres e lugares inacreditáveis.
Não sei quanto durou o transe, quando acordei a lua estava normal, o mundo estava normal, eu estava normal, ufa!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Comparações.

Abelhas, aos japoneses.
Canário, aos norte-coreanos.
Cobra, aos sul-coreanos.
Tubarão, aos americanos.
Canário, aos cubanos.
Cavalo, aos ingleses.
Canário, aos sírios.
Vaca, aos indianos.
Elefante, aos soviéticos.
Canário, aos chineses.
Camaleão, aos venezuelanos.
Cobra-cega, aos brasileiros !

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Jardim.


Sou apenas um homem.
Sou simples, mas complexo.
Dentro da minha urgência tenho uma paciência infinita.
No meu jardim, caem folhas de outono.
Observo as pedras enquanto crescem.
Ramos de flores dançam com a brisa.
Pássaros brincam por toda parte.
O dia está morrendo, mesmo assim me contempla com um lindo pôr do sol.
Nunca mais haverá outro igual.
A vida é muito triste.
Sinto-me pleno.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Aniversário.

Hoje tua estrela brilha forte.
É o dia em que nasceu.
Sinto orgulho de ser seu amigo.
De poder contar com sua confiança e o seu carinho.
Você que é um propagador de conhecimento, a teus alunos e amigos.
Uma pessoa digna e de caráter.
Do meu coração te desejo toda a felicidade.
Você me honra muito, sendo essa pessoa maravilhosa.
Minha admiração é imensa.
Feliz aniversário, meu filho.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Reptilianos.


Difícil acreditar que talvez não sejamos nós mesmos.
Inacreditável pensar que exista outra espécie de seres inteligentes coabitando o planeta conosco.
Bem na nossa cara.
Seres, como dizem os boatos, que se julgam superiores a nós.
Será que são?
Acho que não, pois se o fossem não precisariam se esconder, se é que existam.
Algumas pessoas alegam que fazem isso para não criarem o caos.
Foda-se o caos, acha que os conquistadores portugueses e espanhóis estavam preocupados com o caos na sua época?
Que a santa inquisição teve algum remorso de ter queimado milhares de pessoas?
Que os americanos não reduzirão a um monte de cinzas qualquer nação que se oponha a eles?
Será que existe alguma relação passado/presente?
Falam em terceira e quarta densidades, de vórtices de tempo, de sensitividade, vibrações extra terrestre.
Sensação de saber tudo e não se lembrar de nada.
Ora, isso todo mundo tem.
Não somos nós mesmos filhos das estrelas, que temos esse planeta por empréstimo, nisso eu acredito.
Agora dizer que tem um cara de lagarto vivendo entre nós, e ainda mais inteligente, ai eu preciso de muitas provas, só se eu for um deles e não saiba.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Engano.

Talvez eu não raciocine tão rápido quanto queiram ou precise.
Talvez eu tenha cometido apenas um engano.
Queria ser melhor, dar o meu máximo.
Ainda assim é muito pouco.
Imagino as coisas num patamar impossível de serem alcançadas.
Mais uma vez o dragão ressurge, o flagelo do povo vive.
Nos reagrupamos a espera das garras que dilaceram.
E tudo  parece apenas um engano, um doce engano.
Mesmo doce é fatal.
E mil quatrocentos e sessenta dias se passarão, até uma nova chance.
Loki, o deus da trapaça, estará presente.
A vida se tornará rubra.

domingo, 25 de maio de 2014

Cronologia.


Apesar de todo o tempo.
Toda distância.
Às vezes ainda me lembro de você.
Do jeito de como sorria, quando ficava zangada.
Tantas mágoas, feridas que nunca cicatrizaram direito.
Sentimentos perdidos no caminho.
Ainda assim, seguimos em nossos mundos.
Ainda assim, sobrevivemos, dia após dia.
Ninguém pode ser responsabilizado pelo que nos tornamos.
Nem por aquilo que fazemos a nós mesmos.
E quando pensamos ter passado por tudo, que a vida nada mais é do que uma grande provação.
Tudo volta a ser como antes.
Coisas boas e ruins começam a acontecer novamente, tudo ao mesmo tempo.
 Assim é a vida, e nada mudará o que já está escrito.
O ontem se foi, junto com as alegrias, tristezas, perdas e ganhos, passou.
O hoje é a vida o momento, prazeres e desprazeres, a experiência adquirida, é tudo.
O amanhã é só uma promessa.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Objetivos.

Queria poder!
Queria ser!
Queria ter!

Poder mudar o mundo para que todos fôssemos felizes.
Ser sempre uma pessoa melhor.
Ter a oportunidade de fazer isso.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ivana.


Impossível ser-me-ia passar esta vida sem você, seria incompleto.
Vaguearia sempre a procura de um norte, mas não o encontraria.
Andaria, talvez, por caminhos nebulosos e incertos.
Navegaria por mares revoltos, e recifes perigosos.
Ainda bem que tenho você, sou seu e você é minha.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Fantasia.

Noite passada sonhei que tinha um homem dentro de minha casa, mexendo em minhas coisas.
Acordei meio estranho, parecia que estava faltando alguma coisa.
No decorrer da manhã, já fui percebendo a provável causa dessa sensação.
Eu estava muito alerta com as pessoas desconhecidas, na verdade, eu estava com medo.
Nesse dia, aquela confiança totalmente errada que a gente sente, que está tudo bem, e você está protegido, não saiu de casa comigo.
Reparei de como somos vulneráveis, de como estamos a mercê de todo o tipo de perigo, principalmente aqueles impostos por nossos próprios semelhantes, como assaltos, sequestros, estupros, etc...
E aqueles a qual tomaram para si responsabilidade de nos proteger, e são muito bem pagos para isso, não o fazem, ao contrário, às vezes até se associam com criminosos.
Estamos como ovelhas no matadouro e desarmados.
Não temos o direito nem de nos defender.
Ai você percebe a extensão do problema.
Que estamos sendo criados e mantidos como gado, e já começamos a agir como gado.
Se vem um leão e devora um de nós, todos se assustam naquele momento, depois volta tudo como era antes, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, desde que não seja com você.
Todo mundo cuida da própria vida, mas o estado tem que dar segurança a todos, nem vou falar de saúde e educação porque isso é coisa que não existe.
Enfim, o dia acabou dentro da normalidade, eu voltei pra casa.
Só que essa noite vou rezar para que minha máscara de ignorância volte, pois é impossível viver sem essa blindagem.
Se não fantasiar a coisa e achar que está tudo uma maravilha, ai você pira.
Só não sei até quando conseguiremos viver de ilusões.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Meu mundo.


A verdadeira luz, a essência de tudo.
Tudo dito e não dito.
Palavras que se perderam.
Carícias que se foram, nem por isso esquecidas.
Um amanhecer sombrio, e só.
O frio.
A solidão.
A saudade.
Lembranças :
Do fogo.
Da fúria.
Da paixão.

Só me restou a eternidade.
Onde está minha estrela?
Onde está minha estrela?


domingo, 11 de maio de 2014

Deus.


Que tal branco?
Odeio branco.
Então, verde.
Esquisito...verde em cima
verde embaixo.
Amarelo?
Me lembra pessoas doentes.
Já sei! Vou pintar as nuvens de branco,
mas não o seu branco,
é o meu branco.
Vão ficar lindas!
Agora que cor vou pintar o mar?
Azul?
Odeio azul...

A flor.


A gota de orvalho que estava na pétala da flor, finalmente se desprendeu, e caiu sobre a rocha.
O que causou um som ensurdecedor, que se fez ouvir a mil quilômetros de distância .
Nesse momento seu perfume se espalhou pela terra.
E você mostrou-me sua alma.
Por isso também achei justo mostrar-lhe a minha.
E juntos colhemos a flor.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ação e reação.

O sabiá comeu a minhoca e morreu .
O pequeno roedor comeu a semente e morreu.
O peixe ficou sem oxigênio e morreu.
Na verdade, quem matou a minhoca, a semente e o oxigênio foi o ser humano.
O sabiá, o roedor e o peixe, simplesmente não sabiam!

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Espírito da Terra.


No principio eram eu, as águas a terra, flora e fauna, meus filhos.
Até que apareceu o homem.
Eu achava que essa espécie não teria futuro, os filhotes demoravam tempo demais para ficarem independentes.
Não tinham garras, nem dentes, que dirá pelos.
Os séculos foram se passando, e o homem cada vez mais se adaptando a esse mundo.
Criava ferramentas para caçar, construía abrigos.
Desde sua chegada o homem sempre foi um grande destruidor de tudo que tocava.
Só criava coisas para seu benefício e interesse.
E quando o homem cria alguma coisa, com certeza ele matará animais, destruirá florestas e poluirá rios.
Hoje nosso planeta agoniza.
O homem tornou-se senhor de tudo, e já estuda meios de conquistar outros mundos.
Há milhares de anos, quando apareceram as primeiras naves trazendo o homem, achei que não haveria problemas e que logo a espécie pereceria por si mesma.
Se soubesse do que o homem é capaz, mesmo sabendo que é proibido interferir no curso das coisas, teria feito alguma coisa.
O homem foi trazido pra cá por ser uma praga.
Praga essa que outros seres não queriam mais no seu mundo.
Há alguns entre os homens, que pensam diferente da maioria, esses sim nos amam e nos tratam com respeito, mas são muito poucos.
Parece que nada deterá o homem, e que este só partirá quando não houver mais, água, ar e animais, quando não restar mais nada.
Ai o homem, construirá suas naves e ira para outro mundo, onde repetirá o processo.
Quanto a mim, já perdi as esperanças que o homem um dia mude.
Pois na cabeça dele não existe consciência, e no seu coração não existe compaixão.
Mesmo podendo viver em harmonia com o planeta, não pensa no seu próprio futuro.
Acha que as coisas se resolverão sozinhas, que tudo dará certo.
Que quando o planeta estiver morto é só entrar numa nave espacial e ir embora.
Ficará a duvida para quem partir : haverá outro planeta como a terra?
E quem fica, pois bilhões de pessoas não terão meios para poder acompanhar essa odisseia utópica, irão comer o que? Vão respirar o que?
Se o homem não começar a cuidar agora do planeta que sempre o acolheu, não haverá alternativa possível,  homem e planeta perecerão juntos.

A praga morrerá aqui!

Teus olhos negros.


Teus olhos negros.
Por que acho que me escondem alguma coisa
se teu brilho é intenso, mas insondável?
Perscrutar teus desejos.
Antecipo suas vontades.
Que tolo fui em pensar que poderia ser seu dono.
Achar que te domaria.
Não se doma um meteoro.
Teu olhar pousou sobre mim por um segundo, no segundo seguinte já havia me esquecido.
Mas, para mim, foi tempo suficiente para dedicar-lhe todas as vontades e todos os desejos.
E, nesse segundo eterno, guardarei teu olhar para sempre.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pra você, Mãe.


Eu não existia, mas você me desejou, me quis ter, e eu vim.
Cheguei a esse mundo coberto de amor e carinho, a melhor manjedoura possivel .
Você me alimentou com o liquido do seu próprio corpo.
Me ensinou a andar, falar e pensar.
Me alimentou, vestiu, educou da melhor maneira que pôde.
Além de tudo isso : sempre, sempre me amou muito.
Me protegeu.
Me acolheu.
Até quando minha mulher também se tornou mãe, você estava lá.
E que alegria ter filhos, hein, mãe!
Te amo, mãe, do fundo do coração.
Muito obrigado por ter me desejado, por ser seu filho.
Feliz dia das mães.
A você e todas as mães.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Herança.


Você, que viveu no passado.
Vilão do futuro, que matou o meu mundo!
Não me deixou conhecer o perfume das flôres, suas cores.
A beleza dos mares, a doçura dos rios, o gostoso do frio.
Que nos deixou como herança a devastação e poluição.
Onde estão os animais?
Que será de nós agora?
Carros lindos e grandes obras não nos servem para nada.
Agora é só calor e dor.
Meus pulmões doem devido aos gases.
Temos fome!
Mas não podemos comer o dinheiro!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O mago.

Seu contato era quente, terno.
Era como se eu pudesse entende-la.
Minha amiga terra e eu, era mágico.
A natureza era uma constante.
E nós, invasores, ficávamos maravilhados com sua exuberância : besouros, libélulas, borboletas e pássaros. Sentia-me em total comunhão com essas coisas.
E tinha também os sonhos em que estava voando, flutuando ou que podia ler a mente das pessoas, trocar de lugar com elas.
Às vezes me sentia como um elfo, outras como um mago. Achava que tinha poderes mágicos.
Perdi tudo isso quando entrei na adolescência, quebrou-se o encanto.
Esqueci minha amiga.
Só pensava em garotas.
Na fase adulta era só trabalho, fiquei mais distante ainda das coisas que me faziam feliz e eu não sabia .
Agora que sou uma pessoa madura com mais experiência de vida, sinto falta da velha amizade e daqueles sonhos.
A natureza se mostra receptiva, ela nunca me esqueceu.
Estamos trocando energia e nos comunicando novamente.
Estou bem, estou feliz.
Só que para minha decepção descobri que não sou um elfo." Elfos não envelhecem", sou um mago!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Noturno.

Mais uma vez a noite chega, e eu não sei o que fazer?
Penso em libertar a alma de meu corpo.
Logo estaria viajando por caminhos insondáveis do subconsciente.
A solidão me oprime.
Tento pensar em coisas boas, alegres. Em vão.
O tempo me esqueceu aqui!
Olho para onde deveria estar o interruptor. E se ascendesse a luz? Acho melhor não. Ligar tv? Nem pensar, continuaria sozinho do mesmo jeito.
Lembro-me do tempo em que coisas boas aconteciam, me parecem muito distantes agora.
O sono começa a me envolver,então serei dominado, assim como você me dominou um dia.
O ar noturno entra pela janela.
Você se mexe.
Eu congelo!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Órfão.

A presença ausente.
Sem palavras de carinho.
"Escolha o caminho que quiser, dane-se!".
Cresci porque tinha que crescer.
Me fiz o que sou porque faz parte do meu caráter ser assim.
Não mudamos em nada.
Continuamos os mesmos.
Mesmo assim te agradeço.
Obrigado, pai.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Clã das corujas.


Você cuida de mim como se fosse seu filho.
Cuida de todos nós como se fôssemos seus filhos.
Tem a admiração e o carinho de todos.
Do clã das corujas, feito de mulheres valentes e sábias, é nossa matriarca.
Sempre sairá bom conselho de teus lábios.
E uma prece de teu coração.
Que a vida lhe trate com respeito, assim como você sempre tratou todos os seres.
E que lhe propicie paz e serenidade doravante.
Vida longa !


                                   Para Nilza.

domingo, 13 de abril de 2014

Brisa.

Estou observando as árvores, falando sobre natureza e de como as coisas acontecem a partir de um simples deslocamento de ar.
E que acho bonito quando a brisa passa por entre as folhas das árvores dando-lhes movimentos sinuosos e harmônicos .
Como também me intriga quando a mesma brisa se transforma em vendaval, destruindo galhos e árvores com violência, transformando vida em lenha.
Hoje estou me sentindo um pouco isso.
Tentei explicar para alguém, parece que não entendeu bem.
Também não compreendi ainda.
Talvez não tenha me expressado direito.
Vou continuar caminhando entre as árvores, quem sabe não me dizem alguma coisa, ou da próxima vez me expresso melhor.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pacto.

Meu celular tocou, era meu amigo Joe, eu disse alô!
Em resposta ouvi a voz de meu amigo fraca e distante:
"Tem um homem escondido na garagem, ele está esperando você chegar, vai cortar suas orelhas e te matar bem devagarinho, lembre-se do pacto."
Joe era meu amigo de infância e havia ficado em minha casa arrumando meu computador.
Liguei de volta, só dava sinal de ocupado.
Achei que era algum trote, uma brincadeira, mas meu amigo não era desse tipo.
Tentei lembrar do tal pacto que ele mencionara, que pacto?
Não era possível ser o pacto de quando éramos crianças, de que se algum de nós precisasse de ajuda o outro deveria fazer o possível e impossível para ajudar a qualquer preço.
O telefone ainda não atendia.
Voltei para casa mas deixei meu carro na estrada, pois eu morava numa chácara .
Na duvida arranjei um porrete e entrei pelos fundos da garagem sem fazer barulho.
Achei que ia pagar o maior mico, que ia ser chamado de cagão essas coisas.
Mas quando vi um cara estranho com uma arma na mão escondido atrás de um tambor, meu coração quase saiu pela boca e não tive duvidas, já estava muito próximo, não tinha como recuar.
Me aproximei mais e a primeira porretada foi no braço que segurava a arma.
O bandido sentiu mais o susto que a dor, nem viu a segunda, que pegou bem na cara.
Demorou uma eternidade para a adrenalina baixar e eu ver o que tinha feito.
Eu com um porrete na mão e um cara  caído com o braço quebrado, a face ensanguentada .
Assim que voltei a ter o controle sobre minhas pernas, amarrei o bandido que já estava voltando a si e corri para ver meu amigo que estava na casa.
Esperava achar Joe amarrado com um olho roxo.
Mas não foi isso que encontrei.
Joe estava morto havia sido torturado e teve as orelhas cortadas.
Estava com o celular  na mão e a ultima ligação foi para mim.
Voltei a garagem para interrogar o assassino antes de chamar a policia.
Era só um bandidinho, um noía que queria roubar um carro e torturar mais alguém .
Ele urrava de dor com seu braço quebrado e bem amarrado .
Mas queria porque queria saber como o descobri.
Disse que meu amigo me avisou.
O ladrão deu uma gargalhada louca e disse que isso era impossível .
Ai eu mostrei o celular de Joe com a hora da chamada.
O ladrão falou que pela hora da chamada Joe já estava morto a mais de uma hora.
Eu falei que talvez ele não tenha morrido imediatamente.
O ladrão disse que mesmo assim seria impossível para Joe falar, porque além das orelhas haviam lhe cortado também a língua.
Fiquei muito assustado com esse relato, chamei a policia, o ladrão foi preso, deu a maior confusão sobre o horário da ligação, que não foi solucionado pela companhia telefônica e nem a policia.
Joe foi enterrado e o assassino condenado.
Hoje faz quinze anos que isso aconteceu, e  nesse tempo sempre acompanhei a vida do assassino de Joe na cadeia.
Ele terá seu primeiro indulto de natal por bom comportamento: a famosa saidinha.
Eu estarei esperando, vou pegar esse cara leva-lo para um lugar já preparado, vou cortar suas orelhas, sua língua e vê-lo morrer bem devagarinho.
Não gosto de fazer essas coisas, nunca fiz, mas devo isso ao Joe, afinal temos um pacto.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Vespa x Aranha, Aranha x Mosca.



A aranha fugia desesperada da vespa, cinco vezes menor.
Procurava por frestas enlouquecida.
Mas o rasante da vespa foi certeiro, em segundos seu veneno imobilizou a aranha.
A maior dificuldade da vespa seria arrastar a aranha até sua toca, onde colocaria seus ovos na presa hospedeira.
Tudo uma questão de velocidade e habilidade.
Mesmo tendo tudo isso e ainda sendo maior, a aranha sabia que não era párea para vespa e que seu destino seria terrível, e foi.
A vespa concentrada em sua tarefa, distrai-se.
Quando estava quase chegando a toca, um cavaleiro a galope esmagou vespa e aranha na pata do animal.
Minha vespa chegou.

Das entranhas da aranha saiu o fio que fez tua cama de morte.
Uma picada venenosa e a agonia de se ver sendo envolto em uma mortalha de seda.
O monstro toma todo o cuidado com sua futura refeição.
À mosca só cabe  esperar em desespero a hora de ser devorada.
Não há o que fazer.
Mesmo que a aranha não volte, a mosca morrerá.
Como escapar da seda pegajosa e forte como aço.
Não há o que fazer.
É assim com algumas pessoas, simplesmente não há o que fazer.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Valores.


Ajude-me!
Minhas noites são longas.
Minhas esperanças poucas.
Frio e calor se misturam.
Tenho fome e sede.
Sinto-me só, confuso.
Fico a olhar pelo vidro, teu rosto.
Sinto por uma fresta teu cheiro.
Você é estranha, mas gostei de você.
Por favor, não vá embora.
Fui abandonado e estou com medo.
Desça do carro e me leve com você.
Prometo ser seu melhor amigo.
Darei minha vida por você.
Te protegerei e amarei.
Serei melhor que um cachorro.
Serei como um filho, uma boa criança.
Me leve.
Ajude-me!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Fênix.


A Fênix se vendo acuada sem ter para onde fugir.
Atirou-se em meio ao caos.
Para que pelo menos sua morte fosse honrosa.
Qual a surpresa  da Fênix ao ver que sua atitude desesperada aterrorizou seus inimigos, aos quais bateram em retirada, diante de sua ação suicida.
Todos temos uma Fênix adormecida em algum lugar dentro de nós.
Basta acreditar!
Acredite!

Vazio.


Vazio:
Pode ser o excesso de espaço.
Uma lua morta girando na imensidão do cosmo.
Uma cabeça sem pensamentos.
Uma gaveta, uma caixa um coração, aquele ronco no estomago.
Consequência:
Texto sem conteúdo.
Autor sem inspiração.
Um nada, vazio.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ir pra casa.


Estou vivo!
Sim, estou vivo.
Estou voltando para casa.
A vida me favorece e o momento é oportuno.
Numa fala mais dramática diria : Estou voltando para meu povo.
Fico meio confuso, não sei se "casa" significará "lar".
Mas estou voltando assim mesmo.
Acho que estou feliz.
Passado e presente serão lembrados constantemente, que fazer.
Como o salmão, volto a origem ao berço.
Só que contrário ao peixe, espero ter melhor sorte.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Paciência.


Minha querida, não brigue comigo.
Se eu perder você também perderei as outras, e você é a mais importante de todas.
Vamos fazer as pazes, se brigamos foi por conta de maus entendidos e contradições, tentarei ser mais tolerante.
Vou ser mais compreensivo, pois nossas divergências vêem desse mundo louco e de pessoas ignorantes.
Minha querida paciência não me abandone por que, sem você, vou ficar chato e a vida vai ser difícil.
Mesmo assim se não quiser entender, foda-se querida e passe muito mal.
Obrigado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Lágrimas.


Por entre véus e brumas sinto a tua presença, percebo teu rosto a me olhar.
Tua voz, uma melodia longe e triste, me chama.
Sinto sua face em meu peito.
Suas lágrimas queimam.
O coração acelera e se afoga.
São apenas lágrimas.
Nada mudará por causa delas.
A vida segue.
A rotina retorna, tudo volta ao normal, menos eu. Por que se são apenas lágrimas?
E nada mudará por causa delas.
Os dias passam, te procuro mas não te encontro.
Estou arrependido, quero você de volta.
Não te encontrar é o pior castigo.
Paciência.
São apenas lágrimas.
E nada mudará por causa delas.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Duvida.


Por que dessa respiração tão descompassada?
Esse olhar furtivo, fingindo não me ver.
Conversas e falas tortuosas que sempre convergem para mim.
Fica ai querendo se enganar!
Não tenha medo, aceite seus próprios sentimentos, não duvide.
Acredite em si.
Se queres ser minha :
Seu eu sempre fui!