sábado, 27 de abril de 2019

Para mim as Margaridas.

Lembro de seu perfume em minha infância, do seu frescor.
Cores nítidas e vivas, que com o vento ganhavam movimentos de vai e vem.
Que simbolizavam minha juventude, minha esperança.
O branco puro como o leite que não tínhamos.
O amarelo maravilha de uma riqueza que não possuíamos.
O verde de uma terra que era sonhada.
E em meio a fantasias e decepções, normais no decorrer de uma vida de muita luta, fui
aprofundando minhas raízes em torno de meus ideais.
Sou muito simples, certo é certo, errado é errado.
Olho para todas essas autoridades e penso: que nojo!
Penso no meu lindo planeta e chego a conclusão de que somos uma praga destrutiva.
Desde que existimos somos predadores de nós mesmos.
Procuro ser realista, o tempo das fantasias já passou.
Não há redenção para a humanidade, somos egoístas demais para isso.
Busco resiliência em mim mesmo, enquanto isso lembro de um canteiro cheio de Margaridas,
num movimento suave de vai e vem, numa época que ainda se valia a pena sonhar!