sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Órbita.

Salve-se, para redimir a todos nós.
Salve-nos, para que não pereçamos por termos acreditado em ti...
Ou, simplesmente, engane-nos outra vez, para que morramos na ignorância!

domingo, 21 de agosto de 2016

O diário de uma pessoa qualquer.

Primeiro de julho.
Sobre minhas muitas prioridades que nunca serão alcançadas...
reduziram-se bastante, estou me conformando.
Sobre aquela pessoa que teima em não entender meus sentimentos,
vou colocá-la na lista de pessoas desaparecidas da memória.
Falando em memória, ainda hoje custo à acreditar no que aconteceu
comigo.
Mesmo depois de tantos anos, como ainda estou vivo?
Será que ninguém viu?
Tantas perguntas sem respostas!
Tenho medo!

Dez de agosto.
Hoje acordei mais estranho que de costume, se é que isso é possível...
tive sonhos e pressentimentos que só tivera por ocasião do evento.
Vi a luz do raio refletida no espelho antes de me atingir, confundiram meu reflexo com meu corpo,
mesmo assim...
lembrei da dor lancinante que não deixou nenhuma marca, mas que sinto todos os
dias desde então.
Premonições e sensações tem aumentado gradativamente, não sei se chegará ao nível
do que era quando criança.
Sofri muito por não entende-las, talvez o fim de tudo isso esteja próximo.

Vinte e cinco de dezembro.
Não consigo me levantar, estou quase todo paralisado, mas meu cérebro parece um furacão!
Estou captando tudo à quilômetros de distância, acho que estou morrendo...
finalmente!

Sobre bruxas.

Há uma sombra atrás da porta e o seu silêncio é ensurdecedor.
Ela me segue faz anos, tenho medo às vezes, outras
fico só curioso.
Em algumas oportunidades... até gosto dela, noutras odeio de todo coração.
Sinto seus olhos opacos cravados em mim, mas sei estar faminta
pela minha alma.
Não tenha pena, eu mereço sua fúria!
Mas talvez não, já faz tanto tempo...
um tempo medieval, cristão, onde muitas fogueiras ardiam.
E as bruxas eram dadas em sacrifício à fé.
Acho que sou mais velho que isso ainda, onde se corriam rios de sangue em
batalhas santificadas.
Há encantamentos que nunca compreendi totalmente.
Não importa, somos santos.
E a sombra atrás da porta talvez seja a minha consciência, que todos esses séculos
me pergunta:
"Porque só matamos as bruxas?"