terça-feira, 19 de setembro de 2017

Quando entrar setembro.

Quando entrar setembro, eu estarei aqui.
Como sempre esquecido, mas ainda assim apaixonado.
Como a primavera, meu amor se renova e chega forte.
Que saudades dos primeiros anos, e já são muitos juntos.

Quando entrar setembro, segurarei a tua mão.
Para que não se perca de mim.
Para que sinta meu calor.
Para que saiba, que eu sou teu homem.

Quando entrar setembro, te darei flores.
Te mandarei prendas, com sabor de chocolate.
Te chamarei de minha, sempre minha.
Te falarei bobagens.

Quando entrar setembro, te farei festa.
Te verei com novos olhos.
Te amarei ainda mais.
Sim, te amarei para sempre!

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Celeste.

Eu não sei onde ir.
Não posso chegar lá sozinho.
Sempre seguir sem descanso.
Me ajude a entrar!
Não, não, não...
Nunca mais me diga isso!
Minhas lágrimas são o sal.
Meus olhos viram pedra.
E então você está só!

Diário imaginário.

Você passa muito tempo atrás das suas verdades, pois fique sabendo
que elas não existem.
E... se existissem... não valeriam nada!
O que você ouve, come ou vê... é só mais uma ilusão.
Mas o que te mantém vivo é acreditar nelas, isso eu entendo.
Já que a realidade está um sonho ruim... invente para você um sonho
bom, onde você tenha o controle.
Nem que seja só por alguns minutos, uma fuga, um refúgio.
Não podemos bater de frente com a vida a todo momento.
Se você cria um portal, onde você tenha lá suas melhores lembranças e seus
projetos de vida, é uma coisa legal e só você tem a chave.
Como um diário imaginário!
Hoje escrevi no meu.
Lembranças capazes de me tirar um suspiro de saudades, só as suas. Músicas que me marcaram, aquelas que ouvíamos juntos, o cheiro de almíscar. O amor novo! Selvagem! Puro e duro a si mesmo!
Queríamos tanto que desse certo...
Mas falhamos com nós mesmos pelos excessos... ciúmes... cobranças...
Insegurança.
Pena um amor tão grande sucumbir a si mesmo por falta de maturidade.
Tivemos medo?
Éramos tão jovens... como lidar com isso? O que esperar da vida naquela época?
Não tínhamos nada... nem um diário imaginário!

Porta retrato.

As paredes do quarto me sufocam.
O sorriso que vem do porta retrato mal iluminado zomba da
minha solidão.
Fico acordado imaginando vultos, bem que poderia ser você chegando...
Mas não é!
Minha situação é critica, se fico acordado penso em você, se durmo você
entra em meus sonhos.
O porta retrato fica ali, me olhando.
Já pensei seriamente em atirá-lo pela janela e me livrar desta última lembrança física.
Cadê coragem?
E ainda teria que sair na chuva para pegá-lo de volta.
Faz frio, relâmpagos iluminam seu sorriso que agora é fantasmagórico.
As paredes parecem se mover.
Tudo mudou, eu mudei.
Sou um estranho em meu próprio quarto.
Quem te abraça na foto não sou mais eu, acho que me perdi de mim mesmo.
O porta retratos pertence a esta casa, ele fica, sou eu que preciso ir em busca de um futuro.
Minha verdade esta lá fora, na chuva a minha espera, eu só preciso ir...só preciso...

Vénus.

Procuro respostas na brisa, mas ela só me dá prazer ao passar por mim,
respostas não.
Como uma manada de cavalos imaginários que cavalgam sobre as ondas,
destruindo ilusões com seus cascos,  pego-me mais uma vez em contradições
sinceras.
Como um mar que se abre, você me engole e me cospe, que forças me sobram
para fugir de um anjo com garras?
Caminho dilacerado mais uma vez até você, que me abraça e conforta, até que
minha alma imortal volte ao meu corpo.
Sou apenas um vórtice sem rumo, em suas mãos... perco... acho... perco novamente.
Te orbito mas não te toco.
Você, minha adorada vénus, tão maliciosa e má como uma adolescente rebelde.
Essa noite quebraremos todas as regras, seremos iguais, apenas por hoje!

quarta-feira, 8 de março de 2017

Sobrevivente.

De mim só sobraram restos que eu não reconheci como sendo meus.
Por isso posto minha indignação contra a natureza, fria e cruel.
No calor do purgatório passarei bom tempo lembrando que fui um
menino malvado.
E para decepção de muitos...
nem mesmo tão mau assim.

Ao entardecer, enquanto um sol carmesim se põe
e seus últimos raios morrem no horizonte.
lembro-me de mim mesmo, como um afogado
tateando em vão a superfície em busca de
algo sólido, algo que estava ali mas se foi.

Por isso até hoje não sei se a noite é uma amiga,
pois com ela chegam a melancolia e o desconsolo...
e enchem de tristezas e despedaçam qualquer coração.

E quando as trevas da noite dominam por completo
o firmamento, eu me fecho em pensamentos
e as lagrimas molham meu rosto, como as ondas
do mar batem no rochedo
e criam
sons indecifráveis como um chamado para morte cheio de miticismo.


Sei que algum dia terei que atender ao seu chamado,
só que esta noite não, pois te vi passeando a luz da lua
que hoje foi minha amiga.
Então ficarei aqui apenas ouvindo o vento passar entre as pedras!
E como um náufrago que sou, a espera de uma vela de um navio no horizonte de um amanhecer
também carmesim, brilharei como a esperança!

Cifras.

Vou agendar consultas com psicólogos e psiquiatras.
Eles me convencerão do óbvio.
Talvez filósofos, também ajudem.
Que na imensidão de minha sala eu te procure para todo o sempre, pois
minha afeição por ti é enorme.
Como pode fazer isso comigo e simplesmente sumir de minhas mãos?
Agora estou te odiando, mas quando te encontrar de novo serei todo amores, te
guardarei em local seguro e com certeza te perderei de novo....
maldita palheta!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Carona para o inferno.

Havia quatro pessoas dentro do carro.
Dois casais.
Tinham no dia anterior, sequestrado e matado uma pessoa, recebido o resgate e roubado o carro que dirigiam.
Estavam todos chapados e drogados.
Enquanto tivessem dinheiro, continuariam assim.
Seguiam para um local bem isolado, pois tinham comprado muito droga e queriam aproveitar.
O corpo da vítima ainda estava no porta malas do carro, iriam se livrar dele pelo caminho.
O carro seguia pela noite em alta velocidade quando, de repente, uma mulher com um vestido
de festa, aparece do nada na frente do veículo.
O atropelamento foi inevitável e apesar do impacto ter pulverizado o para brisa e o corpo ter
desaparecido na escuridão da noite, seguiram tranquilamente até que se lembraram do cadáver
na mala do carro.
Pararam para descartar o corpo, mas ele não estava mais lá.
Acharam que, com o impacto do atropelamento, o corpo caíra para fora do carro. Não deram bola, era um trabalho a menos para eles.
Acharam muito engraçado.

Sabiam que precisavam agora roubar outro carro, mas demorariam para chegar em algum lugar
habitado.
Uma neblina espessa começou a cair na estrada.  As garotas reclamavam do frio e umidade que
entrava por onde antes houvera um para brisa.
Frio. Neblina. Deserto.

Em dado momento viram uma pessoa no acostamento. Pensaram em assaltar a pessoa e lhe dar um susto. Chegaram perto.
Perceberam que era uma mulher muito parecida com a qual tinham atropelado, que por coincidência ou não... também se parecia com a mulher que haviam sequestrado e matado. O cadáver perdido do porta malas.
Passaram devagar pela mulher e fizeram vários disparos, acelerando em seguida.

Risadas nervosas.


Já não se divertiam mais. Estavam com medo.
Quando atiraram a mulher não caiu.
O efeito das drogas passava e  a cada curva sombria eles avistam a mesma mulher no meio da
neblina.
 Aceleravam cada vez mais, não se atreviam a parar o carro.


O dia dava sinais de que ia amanhecer. Achavam que essa coisa sinistra teria fim.
 Foi quando, novamente, a mulher apareceu. No meio da estrada.
A decisão foi unânime."Vamos atropelar essa vaca até ela morrer de verdade".
Quando passaram em cima da mulher não sentiram choque algum, simplesmente a mulher apareceu
sentada entre eles no banco de trás,
Pânico!

"Vim buscar vocês crianças.... vamos!"

No dia seguinte, quando a policia achou o carro, esclareceram todo o ocorrido desde o sequestro. Cinco cadáveres no carro.
No entanto, uma questão ficava no ar:   por que se arriscaram a ser pegos, levando o corpo da mulher que já estava morta, sentada junto com eles?