quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pra você, Mãe.


Eu não existia, mas você me desejou, me quis ter, e eu vim.
Cheguei a esse mundo coberto de amor e carinho, a melhor manjedoura possivel .
Você me alimentou com o liquido do seu próprio corpo.
Me ensinou a andar, falar e pensar.
Me alimentou, vestiu, educou da melhor maneira que pôde.
Além de tudo isso : sempre, sempre me amou muito.
Me protegeu.
Me acolheu.
Até quando minha mulher também se tornou mãe, você estava lá.
E que alegria ter filhos, hein, mãe!
Te amo, mãe, do fundo do coração.
Muito obrigado por ter me desejado, por ser seu filho.
Feliz dia das mães.
A você e todas as mães.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Herança.


Você, que viveu no passado.
Vilão do futuro, que matou o meu mundo!
Não me deixou conhecer o perfume das flôres, suas cores.
A beleza dos mares, a doçura dos rios, o gostoso do frio.
Que nos deixou como herança a devastação e poluição.
Onde estão os animais?
Que será de nós agora?
Carros lindos e grandes obras não nos servem para nada.
Agora é só calor e dor.
Meus pulmões doem devido aos gases.
Temos fome!
Mas não podemos comer o dinheiro!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O mago.

Seu contato era quente, terno.
Era como se eu pudesse entende-la.
Minha amiga terra e eu, era mágico.
A natureza era uma constante.
E nós, invasores, ficávamos maravilhados com sua exuberância : besouros, libélulas, borboletas e pássaros. Sentia-me em total comunhão com essas coisas.
E tinha também os sonhos em que estava voando, flutuando ou que podia ler a mente das pessoas, trocar de lugar com elas.
Às vezes me sentia como um elfo, outras como um mago. Achava que tinha poderes mágicos.
Perdi tudo isso quando entrei na adolescência, quebrou-se o encanto.
Esqueci minha amiga.
Só pensava em garotas.
Na fase adulta era só trabalho, fiquei mais distante ainda das coisas que me faziam feliz e eu não sabia .
Agora que sou uma pessoa madura com mais experiência de vida, sinto falta da velha amizade e daqueles sonhos.
A natureza se mostra receptiva, ela nunca me esqueceu.
Estamos trocando energia e nos comunicando novamente.
Estou bem, estou feliz.
Só que para minha decepção descobri que não sou um elfo." Elfos não envelhecem", sou um mago!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Noturno.

Mais uma vez a noite chega, e eu não sei o que fazer?
Penso em libertar a alma de meu corpo.
Logo estaria viajando por caminhos insondáveis do subconsciente.
A solidão me oprime.
Tento pensar em coisas boas, alegres. Em vão.
O tempo me esqueceu aqui!
Olho para onde deveria estar o interruptor. E se ascendesse a luz? Acho melhor não. Ligar tv? Nem pensar, continuaria sozinho do mesmo jeito.
Lembro-me do tempo em que coisas boas aconteciam, me parecem muito distantes agora.
O sono começa a me envolver,então serei dominado, assim como você me dominou um dia.
O ar noturno entra pela janela.
Você se mexe.
Eu congelo!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Órfão.

A presença ausente.
Sem palavras de carinho.
"Escolha o caminho que quiser, dane-se!".
Cresci porque tinha que crescer.
Me fiz o que sou porque faz parte do meu caráter ser assim.
Não mudamos em nada.
Continuamos os mesmos.
Mesmo assim te agradeço.
Obrigado, pai.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Clã das corujas.


Você cuida de mim como se fosse seu filho.
Cuida de todos nós como se fôssemos seus filhos.
Tem a admiração e o carinho de todos.
Do clã das corujas, feito de mulheres valentes e sábias, é nossa matriarca.
Sempre sairá bom conselho de teus lábios.
E uma prece de teu coração.
Que a vida lhe trate com respeito, assim como você sempre tratou todos os seres.
E que lhe propicie paz e serenidade doravante.
Vida longa !


                                   Para Nilza.

domingo, 13 de abril de 2014

Brisa.

Estou observando as árvores, falando sobre natureza e de como as coisas acontecem a partir de um simples deslocamento de ar.
E que acho bonito quando a brisa passa por entre as folhas das árvores dando-lhes movimentos sinuosos e harmônicos .
Como também me intriga quando a mesma brisa se transforma em vendaval, destruindo galhos e árvores com violência, transformando vida em lenha.
Hoje estou me sentindo um pouco isso.
Tentei explicar para alguém, parece que não entendeu bem.
Também não compreendi ainda.
Talvez não tenha me expressado direito.
Vou continuar caminhando entre as árvores, quem sabe não me dizem alguma coisa, ou da próxima vez me expresso melhor.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pacto.

Meu celular tocou, era meu amigo Joe, eu disse alô!
Em resposta ouvi a voz de meu amigo fraca e distante:
"Tem um homem escondido na garagem, ele está esperando você chegar, vai cortar suas orelhas e te matar bem devagarinho, lembre-se do pacto."
Joe era meu amigo de infância e havia ficado em minha casa arrumando meu computador.
Liguei de volta, só dava sinal de ocupado.
Achei que era algum trote, uma brincadeira, mas meu amigo não era desse tipo.
Tentei lembrar do tal pacto que ele mencionara, que pacto?
Não era possível ser o pacto de quando éramos crianças, de que se algum de nós precisasse de ajuda o outro deveria fazer o possível e impossível para ajudar a qualquer preço.
O telefone ainda não atendia.
Voltei para casa mas deixei meu carro na estrada, pois eu morava numa chácara .
Na duvida arranjei um porrete e entrei pelos fundos da garagem sem fazer barulho.
Achei que ia pagar o maior mico, que ia ser chamado de cagão essas coisas.
Mas quando vi um cara estranho com uma arma na mão escondido atrás de um tambor, meu coração quase saiu pela boca e não tive duvidas, já estava muito próximo, não tinha como recuar.
Me aproximei mais e a primeira porretada foi no braço que segurava a arma.
O bandido sentiu mais o susto que a dor, nem viu a segunda, que pegou bem na cara.
Demorou uma eternidade para a adrenalina baixar e eu ver o que tinha feito.
Eu com um porrete na mão e um cara  caído com o braço quebrado, a face ensanguentada .
Assim que voltei a ter o controle sobre minhas pernas, amarrei o bandido que já estava voltando a si e corri para ver meu amigo que estava na casa.
Esperava achar Joe amarrado com um olho roxo.
Mas não foi isso que encontrei.
Joe estava morto havia sido torturado e teve as orelhas cortadas.
Estava com o celular  na mão e a ultima ligação foi para mim.
Voltei a garagem para interrogar o assassino antes de chamar a policia.
Era só um bandidinho, um noía que queria roubar um carro e torturar mais alguém .
Ele urrava de dor com seu braço quebrado e bem amarrado .
Mas queria porque queria saber como o descobri.
Disse que meu amigo me avisou.
O ladrão deu uma gargalhada louca e disse que isso era impossível .
Ai eu mostrei o celular de Joe com a hora da chamada.
O ladrão falou que pela hora da chamada Joe já estava morto a mais de uma hora.
Eu falei que talvez ele não tenha morrido imediatamente.
O ladrão disse que mesmo assim seria impossível para Joe falar, porque além das orelhas haviam lhe cortado também a língua.
Fiquei muito assustado com esse relato, chamei a policia, o ladrão foi preso, deu a maior confusão sobre o horário da ligação, que não foi solucionado pela companhia telefônica e nem a policia.
Joe foi enterrado e o assassino condenado.
Hoje faz quinze anos que isso aconteceu, e  nesse tempo sempre acompanhei a vida do assassino de Joe na cadeia.
Ele terá seu primeiro indulto de natal por bom comportamento: a famosa saidinha.
Eu estarei esperando, vou pegar esse cara leva-lo para um lugar já preparado, vou cortar suas orelhas, sua língua e vê-lo morrer bem devagarinho.
Não gosto de fazer essas coisas, nunca fiz, mas devo isso ao Joe, afinal temos um pacto.