sexta-feira, 11 de abril de 2014

Pacto.

Meu celular tocou, era meu amigo Joe, eu disse alô!
Em resposta ouvi a voz de meu amigo fraca e distante:
"Tem um homem escondido na garagem, ele está esperando você chegar, vai cortar suas orelhas e te matar bem devagarinho, lembre-se do pacto."
Joe era meu amigo de infância e havia ficado em minha casa arrumando meu computador.
Liguei de volta, só dava sinal de ocupado.
Achei que era algum trote, uma brincadeira, mas meu amigo não era desse tipo.
Tentei lembrar do tal pacto que ele mencionara, que pacto?
Não era possível ser o pacto de quando éramos crianças, de que se algum de nós precisasse de ajuda o outro deveria fazer o possível e impossível para ajudar a qualquer preço.
O telefone ainda não atendia.
Voltei para casa mas deixei meu carro na estrada, pois eu morava numa chácara .
Na duvida arranjei um porrete e entrei pelos fundos da garagem sem fazer barulho.
Achei que ia pagar o maior mico, que ia ser chamado de cagão essas coisas.
Mas quando vi um cara estranho com uma arma na mão escondido atrás de um tambor, meu coração quase saiu pela boca e não tive duvidas, já estava muito próximo, não tinha como recuar.
Me aproximei mais e a primeira porretada foi no braço que segurava a arma.
O bandido sentiu mais o susto que a dor, nem viu a segunda, que pegou bem na cara.
Demorou uma eternidade para a adrenalina baixar e eu ver o que tinha feito.
Eu com um porrete na mão e um cara  caído com o braço quebrado, a face ensanguentada .
Assim que voltei a ter o controle sobre minhas pernas, amarrei o bandido que já estava voltando a si e corri para ver meu amigo que estava na casa.
Esperava achar Joe amarrado com um olho roxo.
Mas não foi isso que encontrei.
Joe estava morto havia sido torturado e teve as orelhas cortadas.
Estava com o celular  na mão e a ultima ligação foi para mim.
Voltei a garagem para interrogar o assassino antes de chamar a policia.
Era só um bandidinho, um noía que queria roubar um carro e torturar mais alguém .
Ele urrava de dor com seu braço quebrado e bem amarrado .
Mas queria porque queria saber como o descobri.
Disse que meu amigo me avisou.
O ladrão deu uma gargalhada louca e disse que isso era impossível .
Ai eu mostrei o celular de Joe com a hora da chamada.
O ladrão falou que pela hora da chamada Joe já estava morto a mais de uma hora.
Eu falei que talvez ele não tenha morrido imediatamente.
O ladrão disse que mesmo assim seria impossível para Joe falar, porque além das orelhas haviam lhe cortado também a língua.
Fiquei muito assustado com esse relato, chamei a policia, o ladrão foi preso, deu a maior confusão sobre o horário da ligação, que não foi solucionado pela companhia telefônica e nem a policia.
Joe foi enterrado e o assassino condenado.
Hoje faz quinze anos que isso aconteceu, e  nesse tempo sempre acompanhei a vida do assassino de Joe na cadeia.
Ele terá seu primeiro indulto de natal por bom comportamento: a famosa saidinha.
Eu estarei esperando, vou pegar esse cara leva-lo para um lugar já preparado, vou cortar suas orelhas, sua língua e vê-lo morrer bem devagarinho.
Não gosto de fazer essas coisas, nunca fiz, mas devo isso ao Joe, afinal temos um pacto.

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