sábado, 27 de agosto de 2022

Eu sou o vento.

 Eu sou a contradição sem pudor.

O errado feito do modo certo.

Sou a míngua de barriga cheia.

Sou a secura dos olhos antes da lágrima.

Sou a cabeça pendurada na sala de estar.

Sou a joia guardada na caixinha, junto com o camafeu que

não vale nada.

Sou o trigo do pão que ninguém vai comer.

Não me queiram bem, não me queiram mal, eu sou só aquele que 

anda de quarto em quarto, assustando as pessoas que tem medo do escuro!

Eu sou o vento!