domingo, 18 de abril de 2021

Kairós.

Somente o silêncio que vem manso me trás paz. 

Sou viajante do tempo e busco respostas para alma.

Me entrego as ondas que atacam em forma de saudades.

Não quero ser guerreiro hoje, meu mar está  calmo.

Queria apenas ir ficando nesse lugar tranquilo, até o anoitecer ou um pouco mais.

Acho que teremos vagalumes à noite, gostaria de ver sua dança iluminada na

escuridão da mata.

Talvez eu precise só de um pouco disso mesmo, luz!

Aquela que te guia no terreno perigoso da vida.

Ou mesmo aquela que te salva, quando você já está caindo.

Mas ainda é dia de Sol forte e existe um jardim em minha vida, que ainda

não conheço, e tem milhares de flores e aromas e cores.

Um caminho todo novo e agradavelmente desconhecido, ou não!

Não importa o quanto você já viveu, nunca é tarde demais para tentar de novo, de novo...

Basta apenas que você queira e que pague o preço que isso pode acarretar.

Porque consequências ainda acontecem e são inevitáveis.

Pode parecer uma coisa banal, mas poder ficar onde quiser e ser o que quiser, pelo

tempo que quiser, isso não tem como mensurar.

Essa liberdade se chama vida!

E minha vida está começando agora!

domingo, 4 de abril de 2021

Canteiros novos.

 Me deem espaço, pois preciso respirar.

Quanta coisa louca acontecendo e eu aqui esperando.

Talvez eu quisesse ter ainda alguma chance!

Mas meu coração é jovem, não preciso estar aqui agora, só depois.

Não gosto da tristeza, mas ela me acompanha agora.

O lugar da saudade não cabe mais em mim.

Seu rosto se perde em meio as memorias esquecidas.

Me vejo num barco, num lago místico olhando o meu, o seu

reflexo nas profundezas da água.

Os remos desfazem as imagens, não quero naufragar hoje.

A praia é logo ali.

A areia é branca e quente, e me convida a me deitar nela, só um pouquinho.

Minha força está na sanidade que ainda me resta, se eu pular da ponte

não morrerei afogado, pois eu sei voar!

Nem você sabia disso!

Entrei na bagunça do nosso quarto e comecei a juntar os cacos do que

sobrou, num pedaço de espelho me peguei chorando.

Abri uma janela que dava pro jardim, mas já não tinha mais flores, estavam

todas mortas, o inverno começou.

O meu inverno.

Passarei lendo minha biografia.

Quando entrar setembro, quando tiver Sol o meu Sol, 

e for primavera.

Farei novos canteiros em minha vida e

semearei as sementes das flores que você não viu em mim!