domingo, 4 de abril de 2021

Canteiros novos.

 Me deem espaço, pois preciso respirar.

Quanta coisa louca acontecendo e eu aqui esperando.

Talvez eu quisesse ter ainda alguma chance!

Mas meu coração é jovem, não preciso estar aqui agora, só depois.

Não gosto da tristeza, mas ela me acompanha agora.

O lugar da saudade não cabe mais em mim.

Seu rosto se perde em meio as memorias esquecidas.

Me vejo num barco, num lago místico olhando o meu, o seu

reflexo nas profundezas da água.

Os remos desfazem as imagens, não quero naufragar hoje.

A praia é logo ali.

A areia é branca e quente, e me convida a me deitar nela, só um pouquinho.

Minha força está na sanidade que ainda me resta, se eu pular da ponte

não morrerei afogado, pois eu sei voar!

Nem você sabia disso!

Entrei na bagunça do nosso quarto e comecei a juntar os cacos do que

sobrou, num pedaço de espelho me peguei chorando.

Abri uma janela que dava pro jardim, mas já não tinha mais flores, estavam

todas mortas, o inverno começou.

O meu inverno.

Passarei lendo minha biografia.

Quando entrar setembro, quando tiver Sol o meu Sol, 

e for primavera.

Farei novos canteiros em minha vida e

semearei as sementes das flores que você não viu em mim!



Nenhum comentário:

Postar um comentário