quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Sorvetes

Me perdoe por não esquecer.
Tenho um problema com certas coisas que o tempo não cura.
E não desaparecem com a luz do sol.
Ainda assim seremos amigos.
Prefiro amantes... amantes para sempre.
Queria abrir o sol em teu sorriso.
Eu só não queria, estar frente a frente com o passado, diante
de um espelho negro.
O que vou fazer se meu sol cair dentro do espelho, e for consumido por
sua escuridão?
Não andaremos mais de mãos dadas pelo caminho que vai dar na praia.
Não voaremos mais abraçados sobre as cidades, nem veremos a Atlântida, novamente.
Meu amor morreria em teus braços, assim como o seu, nos meus.
O mundo se transformaria em segundos, sem mais abraços, sem beijos, sem sorvetes.
A luz dos teus olhos entrando dentro da escuridão do espelho.
Mas, isso não vai acontecer.
Tenho uma pedra mágica.
A vida grita!
Quebre o espelho!
Então...

Hoje não.

No meu tempo tudo se esvai num lugar comum.
Como se não bastasse o vácuo da ignorância.
Mas temos que seguir o tempo:
No trabalho.
Na escola
No hospital
Na morte.
E tudo isso nos leva a um beco sem saída.
Cadê as coisas boas?
Uma música legal não vai te salvar do tédio para sempre.
Só as flores não vão transformar o mundo, num lugar lindo e perfumado.
Estou me sentindo muito cético e achando tudo muito chato, uma merda mesmo!
Quisera saber todas as respostas e caminhos que me acalmassem a alma.
Que aliviasse a dor  do coração.
Que mostrasse a direção segura e firme.
Mas a dor e o medo são uma constante em todos os momentos, parecem ser eternos.
Talvez um pouco de fé, dilua toda maldade em esperança.
E a esperança traga um pouco de felicidade.
Mas conjecturas, não me fazem sentir melhor, hoje não!

Esperança.

Às vezes me sinto tão triste, tão incapaz de fazer as coisas acontecerem.
Meu coração bate devagar, sem perceber solto mais um suspiro de angústia,
será  minha solidão maior que a noite!
Queria tanto um caminho iluminado, onde alguém me guiasse até o começo de tudo,
onde me pudesse ver frente a frente com as cores do mundo.
Talvez encontrasse você lá, coisas boas podem acontecer.
Deus pode ser meu vizinho.
Meu mundo pode não acabar esta noite.
O velho amor pode voltar, para mais uma chance.
Acordaríamos juntos, e tudo não passaria de um sonho ruim.
Amanhã isso poderia ser realidade, eu passaria a noite fazendo planos.
Sim, eu gostaria disso; fazer novos planos!

domingo, 4 de fevereiro de 2018

A revolta de Bentinho.

Minha doce compaixão de mim mesmo, há de ter limites.
Como há limites para tudo.
Chega de bancar o coitadinho sem sorte, sem talento, sem ambição.
Uma alma penada que tenta atravessar uma parede de pedra e não consegue, ridículo!
Mas convenhamos que as coisas mudam a seu tempo e necessidade.
Como um moinho: quanto mais água, mais rápido ele gira.
E, devéras, estou fazendo muita água ultimamente.
Idéias que mais parecem alucinações de tão extravagantes, me sinto corar de tão
despudoradas que são.
Devo admitir que minha admiração  pelo sexo feminino me tem causado grande
transtorno.
Mas como viver sem as mulheres, apesar de todas as confusões que as acompanham.
Eu que vivi e revivi inúmeros romances e aventuras amorosas.
Desfrutei dos favores e deleites de algumas beldades.
Um solteirão de carreira solida, sem remorsos nem dó.
Sempre vivendo o melhor do sexo sem compromisso.
Mas hoje algo tocou meu coração, pois vi que ninguém pode ser feliz para sempre
e continuar impune.
Tenho que ser castigado pela minha displicência para com as pessoas... e com as
responsabilidades.
Hei de ser um homem sério doravante.
Adeus vida devassa e de fraquezas, pagarei de bom grado o preço que todos pagam.
 E sem nenhum murmúrio, nem arrependimento, caminharei firme até o fim.
Que  Deus me proteja e me dê forças.
O casamento é as dezoito horas!