quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Filho do sol.

Mãos calejadas como pedra colhem o sisal .
Por comida, um pouco de feijão de corda, palma e farinha.
O rosto trincado e sulcado já não tem expressão.
Mas os olhos, sim, seus olhos, ainda brilham por uma esperança, ele tem fé.
Pobre homem, o que espera que aconteça?
Depois de tanto sofrimento, fé em que?
Será que se tornou um vício para ele ter esperança, fé?
Não percebe que foi abandonado pela sorte e esquecido pelos homens?
Sua terra arde como brasas, mesmo assim ele ara o solo incandescente,
dia após dia.
Deixa de comer as sementes para plantá-las e as verem morrer junto com
seus sonhos.
O mínimo para ele já seria muito, mas nem isso.
Se pudesse ao menos sair dali, mas ir para onde? Fazer o que?
Para onde seus pés descalços o levariam?
Realmente não existem alternativas para o caboclo nordestino.
A única coisa que o mantem é sua esperança, sua fé, seu olhar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário