sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Amantes.

Não olhe, não pergunte.
Sei que está estranho, também sinto falta.
Talvez seja um erro ou uma necessidade, não sei.
Não consigo evitar.
Olhe meu rosto, não sei se vai acontecer novamente.
Se já estamos aqui.
De que adianta pensar no depois?
De que adianta pensar qualquer coisa?
A vida não é razoável.
Somos tão covardes e estúpidos.
Só por não querer ferir ninguém.
Tão difícil não dizer o seu nome.
A distância imaginária é um castigo.
Ter que fingir amor quando só se tem amizade,
enquanto o verdadeiro amor está nos braços de outro.
Somos um desses enigmas da vida.
Nos contentamos com momentos furtivos e breves.
Encontros aleatórios e raros.
Que tendem a excitar ainda mais a  cumplicidade.
Sabemos que essa situação não durará para sempre,
mas ignoramos esse conhecimento.
O que acontece para sermos tão lerdos que não tomamos uma providência definitiva?
Comodidade?
Medo?
Quando a bomba estourar e ela vai estourar a qualquer momento,
seremos o centro das atenções.
Teremos que escolher nossos caminhos rapidamente, se pudermos.
Haverá surpresas de ambos os lados?
Sejamos covardes mais um pouco.
Que nossa felicidade eterna dure mais um ano, um mês ou um dia.
Como os poetas os amantes também deixam suas decisões importantes sempre para ultima hora.

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