terça-feira, 15 de novembro de 2016

Na real.

A noite está chegando, vejo seus braços, em forma de imensas
nuvens escuras, engolir aos poucos o que resta do dia.
Me sinto sumir também.
A menina de doze, fez uma corda de lençóis, pulou o berço
e veio pro rolezinho.
A noite segue insólita, nada fica em seu caminho.
O pirralho deu uma volta nos pais, arranjou um vinho e também veio.
Quer ficar com a de doze.
Vacilão chegou tarde, ela já estava fumando um baseado com um mano mais
velho, da pesada.
Eles andam pra cá e pra lá, ficam nesse balé de flamingo, o tempo todo.
Não sabem o que querem, mas aceitam qualquer migalha, de mim, de você, da noite.
Me sinto perdido.
Por não saber o que fazer com eles?
Não podem ser direcionados, ou não querem.
Tão fácil prever seus futuros.
Mas o guarda novato quer respostas agora, mal conhece o canhão que carrega.
Se desequilibra e puxa o gatilho, a arma dispara, e alguém morre, alguém sempre morre.
No outro dia, tudo será noticia corriqueira.
Mas agora só a noite é real!

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