Vício.

Não posso parar, nem voltar ao ponto de partida.
As paredes são estreitas e lisas, como a garganta da besta faminta.
Quando entrei em sua vida eu já previa as consequências.
É engraçado como as pessoas são capazes de enganar a si mesmas quando
querem muito alguma coisa.
Naquele tempo, queria ter você e não tinha, hoje, quero me livrar de você e não
consigo.
A ilusão sempre será um mundo abstrato, com prazer, ódio, amor, sonhos, enfim...
O amor que toma e devolve, afaga e maltrata, ainda é a pior das dores da alma.
Você me deu o seu melhor e o seu pior, como não amar e odiar você.
Sim, parece loucura!
Mas, eu sempre soube que você era o caos, a mais pura adrenalina.
Eu quis viver você.
Não são dias comuns, nem tranquilos.
Alguns dias são de fúria e contradições, o inferno.
Outros dias são de paz, amor e sexo, o paraíso.
Você fica naquela de quero-não-quero, enquanto fica se drogando das migalhas que
a pessoa te dá.
O tempo não para e o vício só aumenta, você ser escravo do humor de uma pessoa,
sempre será uma merda.
Ter você é como tentar segurar um cometa pela cauda, ou o tempo que já passou
em nossas vidas num saco de  sonhos vazio.
Te amo e te odeio, estou cada vez mais comprometido com essa dubiedade.
Ainda espero que o tempo me dê um caminho ou juízo, sei lá o quê.
Por enquanto continuo caindo e, lá embaixo, só tem você me esperando.
Abro meus braços!