sábado, 10 de novembro de 2018

Macho Alpha.

Os cães ladram sem sentido na escuridão da noite fria.
Seus vultos aumentados pela fraca luz, mais o ruido de passos perdidos na noite,
me dão calafrios.
Mais uma chance de ser corajoso que se vai.
Só queria poder ser eu mesmo, sem aquele medo de que alguma coisa se quebre e
você não tenha como repor.
E com o passar da noite os fracos procuram brechas em você, apenas uma fraqueza,
um pequeno lapso já seria suficiente para ser destroçado.
Me deito sobre minha falsa coragem e finjo dormir, mas sei que olhos ávidos me observam.
Sei também que assim como eu não passam de covardes, que sua ferocidade é só mais uma
miragem na solidão do deserto.
Todos querem ser eu, mas nem imaginam o preço que teriam que pagar por isso, só esperam
que amanhã alguém lhes diga que caminho seguir e o que fazer.
Que o sino da igreja toque e que sigam em fila para à glória, que a relva nunca cresça muito
e lhes ofereça resistência.
Que à água seja sempre fresca e doce.
Todos esperam isso, mas não sabem nem como, nem porque isso acontece.
Só esperam que eu esteja lá, como em todas as manhas!

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