quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Meu bolero.

Eu só queria que você me perdoasse  o inconveniente de estar aqui presente
no seu casamento.
Mas queria ver com meus próprios olhos a tua falsidade com o seu novo amor.
O teu teatro é digno de prêmio, pela sua atuação impecável.
Neste dia de festança, pelo menos uma dança quero com a noiva bailar.
Não me importa o que as pessoas vão dizer, sei que não vai me recusar.
Porque esse corpo já foi meu, mas foi vendido a outro homem.
Porém, teu amor dinheiro nenhum pode comprar, pois fui eu quem te ensinou a amar.
Dói na alma só de pensar que a noite vai passar em mãos alheias a te acariciar.
Que lábios, braços e coxas, vão se entrelaçar, amar, suar, na madrugada fria.
Pela manhã não existirão mais segredos, só você chorando no chuveiro.
E do outro lado da cidade, o pobre poeta com o coração rasgado pensa numa rima,
num verso, ou apenas um bolero para não enlouquecer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário