segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Meio que perdido.

Estou à deriva, num oceano de águas turvas e violentas.

Ondas que tocam as nuvens com fúria, mas impotentes.

Redemoinhos me levam e me trazem de volta a superfície. 

Minha esperança acaba e começa a cada volta.

Não tenho para onde ir, só para onde voltar.

Isso quer dizer, você!

Por favor, me acolha.

Me ame.

Me deixa ficar perto de você.

Lá fora é frio, o mundo não me entende.

Minhas poesias nesse mar profundo não vingam.

Preciso do verde das montanhas, do chão firme sob meus pés.

Você de volta!

Preciso de uma estrada onde eu possa correr, caminhar, parar para descansar.

Preciso de uma rocha, fincada bem fundo no chão.

Preciso de muitas coisas que nunca terei.

Mas, se tivesse seu amor

Já seria suficiente para sair do fundo desse mar sombrio.

Quem sabe, voltar àquela cabana que se fundia com as árvores, com as nuvens. 

Um recomeço.

Uma trilha que só sobe num caminho sinuoso, mas seguro.

Penso nessas coisas enquanto desço, mas quando chegar ao fundo vou tomar tanto

impulso que vou pular direto no seu colo!

 

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